Este domingo entrou para a história do automobilismo mundial. Com a vitória de Danica Patrick no GP do Japão da IndyCar, pela primeira vez na história uma mulher vence uma prova de uma categoria TOP do automobilismo.
A corrida não foi das mais fáceis. As 300 milhas de Montegi têm a fama de ser uma corrida técnica, onde a temperança no uso do combustível é essencial para alcançar a vitória. E foi isso que Danica fez. Traçou a estratégia de corrida correta com a equipe Andretti-Green Racing, manteve-se sempre entre os oito primeiros e faltando 3 voltas para o final, enquanto a maioria dos ponteiros foi obrigada a fazer um splash and go, Danica voou na pista, ultrapassando o brasileiro Helio Castroneves e cruzando a linha de chegada em primeiro.
Esta vitória, conquistada em sua 50ª corrida na Indy, já estava nos planos de Danica há muito tempo. Desde sua estréia na categoria em 2005, quando andou entre os primeiros nas tradicionais 500 milhas de Indianápolis, esperava-se por este dia, que finalmente chegou. A piloto da AGR iniciou sua carreira nos karts nos EUA. Aos 16 anos seguiu para a Inglaterra onde disputou com sucesso provas da Fórmula Ford, mas esbarrou no preconceito e na falta de apoio em terras inglesas. Desta forma, resolveu voltar aos EUA, onde ganhou visibilidade e apoio e se transformou na personalidade do automobilismo mais conhecida na América do Norte.
A vitória de Danica Patrick hoje certamente é um marco histórico. Uma representante do sexo feminino que consegue êxito em um mundo que parece ter sio feito por homens e para os homens indica no mínimo uma mudança nos tempos. Observando o início das corridas automobilísticas na era pré-Fórmula 1, era possível encontrar algumas mulheres aventurando-se nas pistas. Entretanto, com a entrada dos grandes patrocinadores e a transformação das corridas de automóvel em "negócio" as mulheres perderam a vez e foram delegadas ao simples papel de coadjuvantes nas corridas, enfeitando autódromos, segurando guarda-sóis, acompanhando pilotos.
Na Fórmula 1, desde 1950 apenas 5 mulheres disputaram provas oficiais: Maria Teresa de Filippis, Lella Lombardi, Divina Galica, Desire Wilson e Giovanna Amati. A melhor colocação foi um 6º lugar de Lella Lombardi no GP da Espanha de 1975. Desde 1992 nenhuma representante do sexo feminino disputou uma corrida na F-1. Já nas terras ameicanas a situação parece estar melhor para as meninas atualmente. Além de Danica Patrick, Sarah Fisher e Milka Duno participam regularmente de corridas da IndyCar. Além delas, a brasileira Bia Figueiredo disputa a Indy pro series, categoria de acesso para a Indy.
Mas certamente há algo de novo no ar. Não estou aqui sugerindo uma revolução feminista no mundo e que a partir de amanhã o planeta será dominado por nós, mulheres... mas percebo que uma revolução silenciosa está começando. Ela certamente está ainda meio tímida nas pistas, já que o número de pilotAs ainda é mínimo perto do de pilotOs. Além do mais, o automobilismo ainda é um tabu feminino, tendo em vista que já conquistamos até o espaço (o camando da Estação Espacial Internacional atualmente está nas mãos da Comandante Peggy Whitson) mas ainda são raras as pilotAs, engenheiras, mecânicas, empresárias atuando nas pistas. Mas tenho esperança que em breve esta situação mudará.
Mas certamente há algo de novo no ar. Não estou aqui sugerindo uma revolução feminista no mundo e que a partir de amanhã o planeta será dominado por nós, mulheres... mas percebo que uma revolução silenciosa está começando. Ela certamente está ainda meio tímida nas pistas, já que o número de pilotAs ainda é mínimo perto do de pilotOs. Além do mais, o automobilismo ainda é um tabu feminino, tendo em vista que já conquistamos até o espaço (o camando da Estação Espacial Internacional atualmente está nas mãos da Comandante Peggy Whitson) mas ainda são raras as pilotAs, engenheiras, mecânicas, empresárias atuando nas pistas. Mas tenho esperança que em breve esta situação mudará.
Analisando melhor o mundo dos blogs de automobilismo, vejo com orgulho o número de blogs brasileiros de excelente qualidade comandados por meninas, a citar blog GuardRail, blog ORT, blog da Lyn Williams, blog da Alessandra Alves, F1girls, entre outros. No mundo de formação técnica, vejo com orgulho o número de garotas aprovadas no vestibular para Engenharia Mecância aumentar a cada semestre (quando passei éramos apenas duas). E fico feliz por saber que posso ir ao salão de beleza e ter uma boa conversa sobre carros e automobilsmo enquanto faço as unhas (que obviamente se estragam rapidamente por eu não suportar ficar longe das minhas traquitanas mecânicas).
Espero que toda esta revolução possa ser entendida pelos empresários que patrocinam os pilotos no início de suas carreiras e também pelos pais, para que ofereçam a chance de correr de kart para seus meninos e também para as suas meninas. Certamente um exemplo vencedor como o de Danica Patrick vai despertar a atenção de muitas garotinhas para o mundo das pistas. Quem sabe assim, poderemos largar este lugar ao qual nos aprisionaram no automobilismo, o de simples grid girls ou acomapanhantes de pilotos e conseguiremos fazer parte da história deste esporte que tanto amamos, seja como pilotos, mecânicas, engenheiras ou formando opinião nos meios de comunicação, inclusive nos blogs.
10 comentários:
Com certeza essa vitória vai deixar um pouco mais feminino esse mundo puramente machista.
Dá-lhe Danica! Que belíssima vitória ela conseguiu. Eu estava torcendo para o Helinho, mas fiquei mais feliz ainda com o triunfo da Danica. Ela já estava merecendo...
Grande abraço,
Gustavo Coelho
Ela merece!Ela merece!huhuh
Eu vi seu comentário no Blog da Alessandra Alves, não pude deixar de notar que você conhece a história dela e que sabe também que - mesmo não adimitindo - que é um golpe de marketing... Afinal você mesmo disse que o Ecclestone já abriria os olhos com vontade de ter uma mulher vencedora na f1...
O que não tira o brilho da vitória dela, e que venham muitas mais e queime minha lingua...
Só uma coisa.. Cê não acha que ela - por esta vitoria ai - não esta merecendo o lugar do Couthard na F1? hehhe
Realmente não acreditei quando ela venceu. Fiquei babando. Se isso acontece na F1, o mundo ia abaixo. Parabéns pra ela! Ainda acho ela bem melhor que o pastel do ex-companheiro de equipe dela na Rahal-Letterman Buddy Rice.Porém, ainda acho que vai demorar um pouco pra ela vencer num misto.
Abraços
Parabéns a Danica!!
Tudo de bom né??
Pena que não vi ao vivo!!!
AH!! Adorei a parte :
"E fico feliz por saber que posso ir ao salão de beleza e ter uma boa conversa sobre carros e automobilsmo enquanto faço as unhas "
hahahahaha...
Com certeza!!!!hehe
E obrigada por nos citar!!
Bjinhoss
Tati
Acho que as mulheres vão dominar o mundo hehe
Que bom que a vitória da Danica finalmente chegou!
Belo texto, tomara mesmo que as mulheres ocupem mais espaço no automobilismo daqui pra frente.
Essa foi uma vitória não somente da Danica, mas de todas as mulheres do mundo.
Ainda aguardo para ver uma mulher num carro competitivo na F1.
Bjos!
Leandro Montianele
Realmente a muito ela vem demonstrando que tem gabarito para poder competir de igual com os homens da categoria. Com certeza nossa Bia Figueiredo também o tem, espero que ano que vem a brazuca possa estar na cateria top americana.
Abraço Faber.
poxa foi muito show
Danica tem q fechar esse ano bem (quem sabe, até um título aí, afinal é 3ª no campeonato)
e ano q vem ir pra F1 (piloto de teste) e depois estrar na categoria, iriam atrair muito público, marketing...
abraço
Ciro
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