O desempenho espetacular de Lewis Hamilton nas duas últimas corridas levantou uma séria dúvida. A McLaren, que há alguns meses chegava a comer poeira da Ferrari e BMW, começava a reagir com desempenho incrível. Seria a recuperação total de Lewis Hamilton? Ou o carro da McLaren trazia uma nova arma secreta? Bom, os dois fatores aliados garantiram ao piloto inglês a liderança do campeonato em duas corridas complicadíssimas. E as suspeitas recaíram sobre um novo par de asas na borboleta do volante dos carros da equipe inglesa. É o famoso controle de torque.
Ao observarmos o carro de Hamilton na Alemanha víamos que a sua McLaren conseguia uma tração incrível nas saídas de curvas. Com isso, chegava mais "colada" ao chão em trechos como a curva parabólica (contornada a 320km/h) e conseguia engolir seus adversários nas retas, pois perdia menos tempo nas curvas. Era claro que Hamilton tinha bem mais aderência que seus adversários. Observando Hamilton e Kovalainen nas câmeras on-board, podia-se observar que os dois acionavam uma alavanca a mais de tempos em tempos que não era a borboleta de troca de marchas. Eles estavam ajustando o controle de torque. Mas como funciona isso??
Os volantes convencionais têm duas borboletas para trocas de marcha. O volante da McLaren ganhou mais duas borboletas abaixo das originais. O acionamento dessas borboletas, permite que os pilotos selecionem diferentes mapeamentos do motor, mais adequados para as condições atuais da pista. Assim, pode-se acertar o carro para uma condição mais ideal de torque, a cada troca de marcha ou trecho diferenciado da pista. Por exemplo, quando Lewis reduzia marchas para contornar uma curva de baixa velocidade ou um trecho mais travado do circuito, podia acionar as borboletas e encontrar uma configuração que lhe proporcionasse o torque suficiente para aquela condição, podendo evitar efeitos indesejáveis como o giro em falso das rodas. Para os trechos de alta, o mapeamento do motor também pode ser alterado, já que nesta condição o carro não precisa de tanta tração. Assim, existem ganhos significativos em tração e dirigibilidade. O que não deixa de ser um tipo de controle de tração.
Mas depois da saída do controle de tração, freio motor e do arrocho nos aparatos eletrônicos dos carros, esse controle de torque não estaria claramente burlando o regulamento de 2008?? Na verdade não. O regulamento proibe claramente o uso de mudanças automáticas de mapeamento do motor. Neste caso, as mudanças são realizadas pelos pilotos e de forma manual. E apesar de certa forma controlar a tração nos carros, este sistema não utiliza uma rede de sensores especiais para identificar giro em falso nem tem atuação automática no sistema de gerenciamento do motor. No caso, a atuação do sistema fica por conta e risco do piloto, que tem que confiar na sua sensibilidade e também na intuição para acioná-lo no momento certo para otimizar o tempo de volta. E apesar da desconfiaça geral, a FIA já inspecionou e aprovou o sistema da McLaren, que deve pintar em outros carros neste fim de semana em Hungaroring.
4 comentários:
Meninas,
Como sempre uma aula o post de vcs,é isso mesmo,ele mapeia o giro permitindo que tenha uma resposta mais rápida,sem girar em falso,diminuindo a potencia qdo necessário,e vice versa.
O grande diferencial dos prateados tem sido a resposta dos bólidos aos pneus,pois o desempenho não muda,usando qualquer tipo,já a Ferrari não obtem a mesma performance com os dois tipos a disposição.
abraço
abraço
é já já que todos os carros da F1 vão ter 4 borboletas atrás do volante...
Oque vocês disseram é bastante plausível. E aliado a venda das tais centralinas às outras equipes, realmente é muito suspeito.
E o tal controle não consta no regulamento. Daí a ilegalidade não ser a aventada.
Isso vai mais da esperteza do que de qualquer outra coisa...Em uma visao geral do tema,era uma idéia simples pra um ingenheiro,porém, acho que é disso que o Briatore tava reclamando quando comentou sobre o congelamento dos motores.Alguns levam as coisas ao pé da letra.Outros sao espertos.
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