terça-feira, 18 de novembro de 2008

É hora do vestibular!!

Nem FUVEST, nem UNICAMP, muito menos UnB... É hora do vestibular da Honda. A concorrência? Nada dos vertiginosos 124 por vaga dos vestibulares de medicina por aí. Neste caso são só 2 (ou seriam 3?) por vaga. Os personagens, nós conhecemos muito bem: Bruno Senna e Lucas di Grassi. Mas depois de 3 dias de provas exaustivas, quem sairá com a vaga de piloto da Honda e um lugar ao sol no grid da F1? Como competência não é lá o forte da equipe anglo-nipônica, o F1-V8 vai dar uma mãozinha e avaliar os pupilos brasileiros em DIVERSOS critérios para ajudar na escolha...
Lucas di Grassi
Paulista, 24 anos
Experiência
Sua carreira iniciou-se cedo, aos 13 anos no kart, onde permaneceu ganhando títulos importantes de 1997 a 2001. Em 2002 foi vice-campeão da primeira temporada de Fórmula Renault Brasil. O bom desempenho o levou à F-3 sulamericana no ano seguinte. Em 2004 passou a integrar o Programa de Desenvolvimento de pilotos da Renault e participou da F-3 Internacional onde ficou até o final de 2005. Neste mesmo ano teve seu primeiro contato com uma carro de F1. Em 2006 transferiu-se para a GP2. Em 2007, na mesma categoria foi vice-campeão e passou a ser piloto de testes da Renault F1. Em 2008 assumiu mais responsabilidades como piloto de testes da Renault na Fórmula 1 e disputou algumas etapas da GP2. Mesmo não tendo participado de muitas corridas, conseguiu ser o 3º colocado no campeonato.
Talento

É bom acertador de carros, por isso foi o responsável por desenvolver os carros da temporada 2008 da GP2. Di Grassi sempre é elogiado por suas equipes por conseguir fornecer boas informações aos engenheiros e trabalhar bem para retirar a melhor performance do seu bólido.

Conquistas

Alguns títulos no kart e vários vice-campeonatos, entre eles F-Renault, F3 e GP2 (2007). Ainda não tem um título de peso em categorias de base.

Beleza

Físico nota 10!! faz o estilo saradão sem ser bombado...

Motivação

Di Grassi espera pela oportunidade de ser titular na Fórmula 1 desde 2007. E tem trabalhado muito para isso. Nesta temporada esteve presente em todas as corridas, sempre conversando com os engenheiros e observando de perto o trabalho de Piquet e Alonso. Quase foi alçado à categoria de titular durante a má fase de Piquet neste ano. Vem com disposição para fazer um bom trabalho e finalmente assegurar seu lugar no grid...

Arma secreta

Experiência. Passou pelo crivo das principais categorias do automobilismo doméstico e internacional, conhece bem os carros e a tecnologia da Fórmula 1 e isso pode fazer a diferença nos testes desta semana...

Bruno Senna
Paulista, 25 anos
Experiência
Sobrinho do tri-campeão Ayrton Senna, nasceu praticamente dentro de um kart. Mas a morte inesperada de seu tio o arrancaram do mundo das pistas. Entretanto, 10 anos depois, Bruno não aguentou mais esperar e voltou com tudo para os carros. Pulou o tempo de kart e começou disputando algumas provas de F-BMW e F-3 em 2004. Em 2005 correu algumas etapas da F-3 Inglesa. Em 2006 Pilotou pela Raikkonen-Robertson Racing na F-3 conquistando diversas vitórias e bons resultados. Isso deu visibilidade e segurança para dar o próximo passo, GP2 em 2007. Lá venceu corridas logo na temporada de estréia e migrou para a equipe campeã em 2008. Neste ano, disputou a GP2 Asia e Europa, ficando em vice nos dois campeonatos.
Conquistas
A sua carreira curtíssima se resume basicamente e F3 Inglesa e GP2. Neste ano foi vice na GP2 Euroseries e talvez sua maior conquista já tenha sido realizada: estar nas pistas hoje em dia.
Beleza
Faz o tipo paulistinha... branquinho, magrinho... uma gracinha..

Motivação
Está mais do que decidido a realizar seu grande sonho de ir para a F1. Superou o trauma da perda do tio, a inexperiência, a inexistência da escola do kart, o medo da família, a pressão da mídia, a superioridade técnica de outros pilotos... Alguém ainda duvida que ele quer mesmo estar na F1?
Desvantagem
Inferioridade técnica. Senna ainda padece de alguns problemas no cockpit em determinados momentos. Para estar apto à F1 e conseguir resistir a pistas complicadíssimas (como Cingapura, Hungaroring e Interlagos) ainda vai ter que aprender muito. Como se comportar ao largar de trás, livrar-se do embola-embola de largadas, adaptação à condução de um F1 serão pedras na sapatilha dele. Parece que não, mas o kart faz falta em alguns momentos.

Arma Secreta
Capacidade de aprender rápido. Bruno Senna chegou ao automobilismo de monopostos totalmente cru. A cada corrida ele tinha que aprender praticamente tudo. A cada upgrade de categoria também. Depois de voltar a correr, estar às portas da F1 em apenas 5 anos. Claro que o sobrenome o ajudou (e muito!) mas em corridas como o GP de Mônaco desse ano mostraram que ele fez bem a lição de casa.
Veredito F1-V8: Levem di Grassi como titular e coloquem Senna para testar em 2009. Claro que comercialmente, seria interessante para a Honda lançar logo Senna e carregar os louros de ter "devolvido Senna à F1"... Mas com a carroça de 2008 e as mudanças de 2009 ter alguém totalmente inexperiente no cockpit pode levar tudo a perder. Por isso, o nome certo para a vaga de titular em 2009 é o de di Grassi. E é bom a Honda fazer um carro dessa vez. Cozinhar três pilotos talentosos e jovens como Button, diGrassi e Senna e não lhes permitir fazer boas atuações é um pecado capital!
Só ficou chato o fato da Honda não ter adiantado esses planos e permitido que Barrichello tivesse uma despedida no mínimo digna... Mas a Honda nunca faz nada certo mesmo, então fica elas por elas.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

GP do Brasil: A corrida mais difícil da história!!



O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 foi mais uma vez marcado pela emoção e pelo drama. Quem não se recorda da decisão de 2007, quando Raikkonen desbancou os favoritos e decolou da terceira posição no campeonato para o título nas últimas voltas da corrida em Interlagos. Em 2008, algumas semelhanças. O palco era o mesmo, Interlagos (agora reformado e com novas instalações). A diferença de pontos entre os líderes também, 7. Mais uma vez Hamilton era personagem principal da decisão, mas dessa vez teria que lutar contra Felipe Massa. Será que desta vez ele repetiria os erros de 2007 e entregaria o título? A única certeza que nós, torcedores tínhamos na cabeça era a de que um campeonato tão movimentado e eletrizante só poderia ter uma decisão dramática. E assim foi, até a última curva das 71 voltas de GP Brasil.

Tudo começou ainda na China. Hamilton e Massa terminaram a corrida separados por 7 pontos. Apesar da vantagem numérica, todos sabiam que Hamilton enfrentaria dificuldades grandes na última prova. A pressão de não repetir a lambança de 2007, a torcida brasileira a favor deMassa, o retrospecto do brasileiro na pista e Interlagos mesmo, circuito muito técnico, à moda antiga, que costuma a castigar alguns pilotos. Foi com esse clima que a F1 desembarcou no Brasil. E a decisão começou a favor de Massa. Uma pole conquistada com um tempo imbatível no sábado. Hamilton, claramente sentindo a pressão da torcida conseguiu apenas o 4º tempo. Com Trulli e Raikkonen entre os líderes, Massa pôde começar a programar-se para conseguir uma vitória e rezar para que Hamilton chegasse de 6º em diante.
O domingo amanheceu com sol forte em Interlagos. Às onze da manhã as arquibancadas já estavam lotadas com uma multidão vermelha que aguardava ansiosa pela decisão. A expectativa de ver um brasileiro ser campeão em casa encheu de esperanças muitos dos que estavam no autódromo. À medida que o tempo passava, nuvens carregadas aproximavam-se de Interlagos. Os boxes foram abertos e quando os carros já estavam alinhados no grid de largada, prontos para a volta de apresentação uma chuva torrencial caiu sobre a pista, fazendo com que a largada fosse atrasada em 10 minutos. As equipes, em pânico, tentavam realizar os últimos ajustes para pista molhada nos carros. Da mesma forma que chegou, a chuva sumiu... Parecia que sua missão era apenas aoimentar ainda mais a corrida e aumentar ainda mais o grau de incerteza na decisão do campeonato. Quando os caros partiram para a volta de apresentação, a pista ainda estava molhada a ponto de levantar spray, mas não tão enxarcada a ponto de utilizar pneus para chuva pesada.


Quando as luzes vermelhas se apagaram, a astenção de todos voltou-se para Hamilton e Massa, os protagonistas do dia. No entanto, foi David Coulthard quem chamou a atenção, rodando e saindo logo na primeira curva, dando um fim melancólico à sua última corrida na F1. Junto com ele também saiu Nelson Piquet, que teve um début um tanto quanto difícil em sua própria casa. Enquanto isso, Massa administrava a liderança, seguido por Trulli e Raikkonen. Alonso que largara muito bem aparecia em quarto e Hamilton em 5º, posição limite para a manutenção de seu título. Durante as primeiras voltas, o SC entrou na pista para garantir a retirada dos carros de Coulthard e Piquet no S do Senna. Isso ajudou aos pilotos, que puderam acostumar-se melhor com o asfalto molhado. Com a relargada, a mioria das posições foram mantidas. Todos mantinham olhso fixos ao 6 primeiros colocados, pois qualquer alteração importante de posição poderia dar o título a qualquer um dos dois

Com as paradas nos boxes, o título alternava de mãos, hora nas mãos de Hamilton, hora nas mãos de Massa. O público parecia anestesiado. Olhos vidrados nos 6 primeiros e também na chuva, que ameaçava cair. Enquanto isso, o destaque ia para Sebastian Vettel, que antes de suas paradas ameaçava Felipe Massa e depois da troca de pneus passou a apertar Lewis Hamilton. Fernando Alonso também fazia excelente corrida, com sua Renault sempre entre os três primeiros. Outro coadjuvante importante foi kimi Raikkonen, que claramente "marcava" Lewis Hamilton e pilotava pelos interesses da Ferrari.
O título parecia estar nas mãos de Hamilton, até que a chuva começou a dar as cartas na corrida a duas voltas do final. A pista que começava a ficar molhada em alguns pontos ficou muito traiçoeira. Então as equipes correram para colocar pneus de chuva. Nisso, começou a brilhar a estrela de Sebastian Vettel, que voava baixo com sua Toro Rosso e a duas voltas do final ultrapassou Hamilton. Interlagos veio abaixo, pois com o inglês em 6º, o título estava nas mãos de Felipe. O brasileiro da Ferrari apertou o pé e cruzou a linha de chegada em primeiro. Mas o título esteve nas suas mãos por apenas 38 segundos, já que na última volta, Timo Glock, que vinha em 4º, não segurou sua Toyota e acabou sendo superado por Vettel e Hamilton. Com a 5ª colocação o inglês da McLaren comemorou o título de pilotos. A Ferrari mais uma vez levou o Mundial de construtores, porém a perda do título para Hamilton deixou um gostinho amargo no triunfo de Massa e de sua equipe em Interlagos.
Em um campeonato tão anômalo em que o acaso dominou muitas corridas, a batalha final só poderia ter sido assim tão emocionante. Hamilton venceu o campeonato de 2008 por apenas um ponto e chegou a perder o título por 2 voltas. Quis o acaso que a decisão tivesse este desfecho. Na temporada mais imprevisível da F1, tivemos a decisão de camapeonato mais difícil da história.

Marretadas
  • BMW: Amarelou de vez. A responsabilidade de ser uma equipe vencedora, que consegue fazer frente à McLaren e Ferrari pesou demais nos ombros do pessoal de Hinwill. Ao invés de servir como motivação, acabou sendo um fardo pesado demais. Parece que por lá o povo gosta mesmo é do grupo do meião. Em Interlagos Kubica e Heidfeld tiveram carros sofríveis e apanharam de Toyota, Toro Rosso e Red Bull;

  • Estratégia da Toyota: Conseguiu dar um carro em condições de largar na primeira fila a Jarno Tulli, que não decepcionou na hora de arrancar uma volta perfeira no sábado. Entretanto, no domingo, acabou vendo seu rendimento minado pela pista em condições instáveis. Erraram feio nas estratégias de parada e fizeram os pilotos padecerem com pneus de seco em pista molhada;

  • Despedida de Coulthard: Está certo que a temporada do esocês foi um tanto quanto conturbada, mas a despedida foi melancólica. Rodar e sair na primeira curva da última corrida foi muito decepcionante. David merecia coisa melhor...

Pontos positivos:

  • Fernando Alonso: Foi o rei do final do campeonato. Desde Cingapura tem pilotado um absurdo, o que se repetiu em Interlagos. Parece sinalizar que ano que vem, não vai deixar a moçada em paz e se postula como candidato ao título de 2009;

  • Sebastian Vettel: Quando a chuva caiu em Interlagos, não teve para ninguém. Mostrou que apesar da pouca idade, sobra em relação aos outros em pista molhada. Se derem a ele um carro competitivo, voltaremos aos tempos de F1 de um piloto só...

  • Lewis Hamilton: é o campeão. E seu título chama-se ousadia e talento. Hamilton tem consciência de que pode arriscar mais que os outros pois domina a tecnica de forma genial. Mas em Interlagos, amarelou. É campeão mas ainda não é completo, pois a vibração e os gritos das arqubancadas em Interlagos o desnortearam no momento mais importante.

Troféu cata-tatu: Timo Glock

Chamem o IBAMA. Este homem é o maior catador de tatu da história!! Multa e cadeia nele, AGORA!! Andou entre os primeiros em Interlagos, tudo ia bem. Mantinha-se à frente de Vettel e Hamilton até que uns pingos de chuva transformaram seu Toyota em abóbora. Glock escorregou, Hamilton passou e foi o campeão. No final das contas, nem Massa nem Hamilton decidiram o campeonato. Glock o fez. E é bom ele guardar este momento na memória. Nunca mais seu nome medíocre estará envolvido numa decisão de campeonato...

Prêmio F1-V8: Felipe Massa

Foi o campeão moral do domingo. Fez a sua parte. Precisava largar na frente de Hamilton e vencer a corrida. Isto ele fez. Massa foi absoluto em uma pista com condições instáveis e que castigou a todos. Com a torcida ao seu lado, tirou forças e comemorou o título por alguns segundos. Saiu de Interlagos sem o título de campeão, mas nas graças do torcedor brasileiro e da crítica internacional. Seu nome, antes ignorado nas listas dos grandes pilotos em atividade, agora pode ser escrito ao lado de Alonso, Raikkonen, Hamilton e Kubica. O Massa que venceu em Interlagos não se assemelha nem de longe com o mesmo que rodou na Malásia e teve o emprego ameaçado. Certamente foi o piloto que mais evoluiu em 2008 e isto fica evidente em suas atitudes dentro e fora da pista. Teve paciência o suficiente para dividir as atenções com o atual campeão Kimi Raikkonen, com quem teve uma relação de trabalho profissional e justa. Como prêmio de consolação, comemora o título de construtores com a Ferrari e tem consciência que atingiu um novo patamar em sua pilotagem, o que pode levá-lo a um título mundial nas próximas temporadas.

Perguntas Instigantes:

Hamilton, Alonso, Massa, Raikkonen, Kubica, Vettel... seria esta a geração mais frutuosa da F1?