domingo, 28 de setembro de 2008

GP de Cingapura - Alonso, o Rei da Noite

Noite, luzes, gente por todos os lados. O que parece o cenário de uma festa de arromba era na verdade a 800ª corrida de Fórmula 1. E o prognóstico parecia certo. A pista estava seca e em um circuito tão travado, as chances de ultrapassagens eram mínimas. Todos já se contentavam com uma procissão da F1 nas ruas de Cingapura. Felipe Massa, na pole position era o grande favorito para faturar o primeiro grande prêmio noturno. Mas, como já virou moda em 2008, as coisas não foram bem assim:
  • Apesar dos temores de um acidente na primeira curva, a largada foi limpa. Massa e Hamilton defendeam suas posições e logo abriram vantagem em relação a Raikkonen. No pelotão da reta guarda tudo permanecia em paz, sem catadas de tatus e afins;
  • Nas primeiras voltas, alguns defeitos da pista começaram a aperecer: ondulações, zebras muito altas e sujeira, muita sujeira. Por outro lado o efeito visual da pista iluminada pulsando entre os prédios na noite de Cingapura é de encher os olhos de qualquer torcedor.
  • Logo nas primeiras voltas, Rosberg e Alonso "criaram" um ponto de ultrapassagem na curva 7, onde fizeram lindas manobras para superar Trulli. Lá na frente, Massa lidera com folga. Já Hamilton, que parecia inalcançável, começava a ser seriamente pressionado por Kimi RAikkonen, que vinha em um ritmo alucinante.
  • Na volta 15, Nelson Piquet bate forte no muro, obrigando a entrada do Safety Car. Logo, Rosberg e Kubica aproveitam para fazer seu primeiro pit stop. Entretanto, os pits foram abertos apenas na volta seguinte. Posteriormente foram punidos com um stop and go cada;
  • Com os pits aberto, é a vez da parada dos líderes. Massa e Hamilton rumam para os boxes na mesma volta. A Ferrari erra de forma desastrosa, ao soltar Massa antes do fim do abastecimento. Isso prejudicou tanto Massa quanto Raikkonen, que vinha logo atrás e não tinha injetor de combustível. O brasileiro teve que esperar minutos até que os mecânicos retirassem a mangueira de reabastecimento de seu carro;
  • Na volta à pista, depois da situação de pits regularizada, Fernando Alonso apareceu de forma surpreendente na ponta. Rosberg, mesmo após a punição figura na segunda posição. Hamilton voltou em 8º. O prejuizo ficou por conta da Ferrari. Raikkonen voltou à pista na antepenúltima posição. Já Felipe Massa amargava a última posição, levando, ainda por cima, uma penalização pelo ocorrido nos pits;
  • Enquanto isso, Alonso abria na liderança e Hamilton garimpava ponto a ponto, beneficiando-se de paradas dos adversários para alcançar a terceira posição, de onde não saiu mais até a bandeirada. Nico Rosberg segurou sua segunda posição nas últimas voltas. Enquanto isso, Raikkonen era vítima das tartarugas instaladas nas zebras e acabou estampando o muro nas voltas finais. Massa, ainda penava na retaguarda.
  • Quando cruzaram a linha de chegada, era evidente o desgaste físico dos pilotos. Correr em Cingapura é quase igual a correr um GP de Macapá: umidade alta e calor forte. A festa ficou por conta da Renault, que conseguiu entregar a Alonso um carro que pode até não ser veloz, mas hoje não o deixou na mão. Já Hamilton, parecia contente com os 7 pontos que conseguiu abrir em relação a Massa no campeonato com o pódio de hoje. Também pontuaram em Cingapura: Glock, Vettel, Heidfeld, Coulthard e Nakajima.

Pontos fortes:

  • Nico Rosberg: Conseguiu um bom fim de semana em Cingapura. Fez bons tempos em todos os treinos e na corrida de hoje manteve-se veloz e constante para chegar ao segundo lugar mesmo após uma punição. Soube imprimir um bom ritmo, ultrapassou Trulli em uma bela manobra e fez a felicidade de Keke Pai.
  • Williams: Hoje meus amigos Aline e o Marcos Antônio merecem os parabéns. Rosberg e Naka correram muito e seus carros não os deixaram na mão. Chegaram bem e fizeram a felicidade de Sir Frank Williams, que fez questão de deslocar-se para assistir a corrida in loco. Esperamos que o ritmo seja mantido;
  • Massa e Raikkonen antes da volta 15: prometiam fazer uma festa ferrarista em Cingapura. Estavam dando um banho na McLaren, com carros equilibrados e que se ajustaram perfeitamente à pista de Cingapura. Massa desaparecia na frente. Raikkonen jantaria Hamilton em algumas voltas. Mas aí pintou um certo pit stop que acabou com tudo!

Marretadas

  • Regras, regras e regras: Não é possível que pilotos e equipes da categoria mais TOP do automobilismo tenham dúvidas primárias sobre o regulamento. As regras do pit fechado, da proibição de cortar chicane parecem que ainda não colaram na cabeça de ninguém! O quê que custa dar uma olhadinha no site da FIA?
  • Nelson Piquet: cometeu mais um erro e voltou a ficar com a corda no pescoço na Renault. Enquanto Alonso vencia, o piloto brasileiro teve que se desculpar com a equipe (como pôde-se ouvir pelo rádio) de forma totalmente constrangedora. Como se não bastasse, Nelsinho já sente Lucas di Grassi e Romain Grosjean fungando no seu cangote e com grandes chances de tomar seu cockpit. Ainda precisa amadurecer e perder um certo receio para consegur resultados mais consistentes.

Troféu cata-pirulito: Scuderia Ferrari


Em Cingapura não tem tatu. No início da corrida, estávamos aflitas para saber quem ocuparia a vaga do tatu. Mas não é que a Ferrari deu uma grande idéia Troféu Cata-pirulito. A falta que faz um bom pirulito grande, redondo, colorido igual ao da Chiquinha é incrível. Tivesse um pirulito lá, a Ferrari poderia estar comemorando agora. O fulano não teria errado nos interruptores do sinal e tanto Massa quanto Raikkonen teriam plenas chances de fazer boas apresentações. Mas não. Pior para Massa que já não depende de resultados próprios para ser campeão. E para a Ferrari, que foi ultrapassada no campeonato de construtores. Quiseram dar uma de chiques com o pirulito eletrônico e no final deu CHIQUINHA!

Prêmio F1-V8: Fernando Alonso
Podem até falar que a vitória caiu no colo de Alono. Mas isso pouco importa. Logo na sexta-feira ele mostrou que a pista poderia ter a sua marca. No sábado mais uma vez foi o mais veloz no treino livre. Mas na classificação, uma falha na injeção de combustível colocou o espanhol na 8ª fila. Largando lá de trás, Alonso foi abrindo caminho, lutando. Com a entrada do Safety Car e estratégia perfeita, Alonso ficgurou entre os primeiros. Daí, voltamos a ver aquele Alonso vencedor, não cisudo e travado dos tempos da McLaren, mas o Alonso alegre, arrojado e feliz de 2005 e 2006. Com a vitória de hoje, provou que um Rei nunca perde a sua majestade e marca seu nome como o primeiro vencedor de um GP noturno e da pista de Cingapura.


Perguntas instigantes: Massa ainda pode sonhar com o título de 2008?

sábado, 27 de setembro de 2008

Tudo sobre - GP de Cingapura

O circuito
Número de voltas: 61
Extensão: 5,067km

Pela primeira vez a F1 correrá à noite. E não poderia haver palco melhor que uma pista plantada no coração de uma metrópole, com prédios altos ao fundo, trânsito movimentado ao redor e toda a agitação típica de Cingapura. Mais uma jogada de mestre de Bernie Ecclestone para encher os bolsos dos empresários ligados à Formula 1. Com isso, o desenho do circuito foi definido com cuidado e para espantar os riscos de correr à noite, refletores potentes providenciaram iluminação 4 vezes mais intensa que a dos melhores estádios de futebol. Com isso, os amantes da velocidade puderam deliciar-se com carros que ganharam cores mais vivas e combinaram com o cenário noturno e o clima de balada da Cidade de Cingapura.
Apesar do belo visual, correr em Cingapura não será tarefa fácil. A pista é extremamente sinuosa, com nada menos que 23 curvas. Por essa caracteristica, já ganhou apelidos como "Hungaroring do Oriente". Muitas curvas implicam em grande número de trocas de marchas e movimentação intensa na direção. Por isso, a exigência física será das maiores e os pilotos vão sofrer para completar a corrida.
Já os carros, também devem padecer nas curvas de Cingapura. Como é um circuito lento, os bólidos apresentarão o pacote aerodinâmico de máximo downforce para garantir estabilidade nas intensas frenagens. As suspensões serão ajustadas para providenciar o máximo de aderência, pois a pista é de rua, que deve aumentar durante o fim de semana (pista verde). O motor não é tão exigido quanto em Monza, mas o regime de operação variável, com incontáveis trocas de marcha por volta, exige um acerto fino de mapeamento e também um bom desempenho a baixas rotações.
Por ser uma pista nova no calendário, todos os pilotos partirão do zero para aprender os macetes do circuito. Em geral, o traçado guarda as particularidades das provas disputadas na rua: baixa aderência, frenagens intensas e muitas ondulações. Todos deverão abrir o olho na curva 7, tomada à esquerda, em que é necessário frear da forma correta para não passar reto. Outro ponto crítico é a curva 23, a última curva do traçado, onde é importante conseguir a melhor trajetória para entrar voando na reta principal.
Pelo que se pôde ver da pista nos primeiros treinos, os pontos de ultrapassagens são praticamente inexistentes. E errar em alguns pontos vai significar muro e "adeus corrida".

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Formula 1 Night Fever!



A F1 comemora sua 800ª corrida com um inédito GP noturno. Por isso, todos aguardavam ansiosamente o Grande Prêmio de Cingapura. Todos estavam curiosos sobre como ficaria a pista, as preocupações com iluminação, além dos detalhes do circuito de rua que tem nada menos que 23 curvas! Talvez as ultrapassagens sejam raras na corrida, mas só pelo visual, já vale a pena assistir...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Red Bull F1 em Brasília!!


Alô pessoal de Brasília!! A equipe Red Bull fará uma demonstração pelas ruas da cidade com um de seus modelos da Fórmula 1. O evento ocorrerá no dia 11 de outubro às 10 da manhã e contará também com os modelos da Stock Car.

A demonstração será na Praça dos Três Poderes e o percurso passará por pontos importantes da capital, como a Catedral, o Palácio do Planlato e o Congresso Nacional. O piloto que guiará o carro da Red Bull F1 será o canadense Robert Wickens. A idéia inicial era fazer com que o monoposto corresse no autódromo Nelson Piquet, que foi inaugurado em 1974 com uma corrida de Fórmula 1 extra-campeonato e mantém o traçado e asfalto originais até hoje. Entretanto, para acomodar um maior número de pessoas, decidiu-se por fazer a apresentação na Praça dos Três Poderes.
O evento será "na faixa"!!!

Um bom aquecimento para o GP Brasil de F1...

domingo, 14 de setembro de 2008

GP da Itália - L'enfant terrible


Se no início da temporada alguém se arriscasse a dizer que a Toro Rosso venceria uma corrida, certamente todos diriam que isso seria completamente impossível. Mas como em 2008 está sendo um ano totalmente anômalo, chegou a vez da Toro Rosso escrever seu nome entre as vencedoras da F1. E não foi em qualquer lugar: a equipe italiana equipada com motor Ferrari triunfou em nada menos que Monza, um templo sagrado do automobilismo.

O domingo amanheceu feio na Itália. Uma chuva fina insistia em cair desde as primeiras horas da manhã. Com isso, a pista ficou um tanto quanto molhada e a direção de prova achou mais prudente realizar a largada com o Safety Car. A torcida geral era para que o carro de segurança saísse logo da frente e deixasse a disputa rolar solta. O que aconteceu na 3ª volta. Mas este seria apenas o início de um GP da Itália emocionante:
  • Logo na largada uma decepção para a Toro Rosso: Sébastien Bourdais tem problemas no grid e não consegue sair com os outros carros. O francês só retornou à pista duas voltas depois, minando suas possibilidades de chegar bem;
  • Vettel aproveitou a saída do Safety Car para largar bem e afastar-se do pessoal do spray. A pista ainda estava muito molhada e as condições de visibilidade dos pilotos era mínima. Mesmo assim, não houve o famoso espalha-espalha que geralmente acontece na primeira chicane do GP da Itália;
  • Lá atrás, Hamilton e Raikkonen disputam posição. O inglês conseguiu superar o piloto da Ferrari na 12ª iniciando uma impressionante corrida de recuperação. Enquanto isso, Massa mantinha-se na 5ª colocação e fazia uma corrida segura, pensando no campeonato. O medo de perder pontos era tão grande que, após ter superado Rosberg passando por cima da Variante Dalla Roggia, Felipe devolveu a posição para evitar qualquer possibilidade de penalização;
  • Enquanto isso, belas disputas por posições aontecem a todo instante: Massa x Rosberg, Hamilton x Alonso e muitas trocas de posições no pelotão intermediário. Na volta 20 iniciam-se as paradas para reabastecimento e troca de pneus, revelando que alguns pilotos como Piquet, Kubica e Hamilton sinalizavam apostar na estratégia de uma parada só;
  • Nessa fase da corrida Hamilton mostrava-se impetuoso nas ultrapassagens, não tomando conhecimento dos adversários. A esta altura, o inglês já figurava na vice-liderança da prova, 13 posições à frente da que largara. Até que chegou a hora do piloto da McLaren parar, na volta 28 e retornar atrás de Felipe Massa na 8ª colocação;
  • A partir daí, a pista começou a secar e os pilotos tiveram que retornar aos pits para colocar pneus intermediários. Inclusive Lewis Hamilton, que apostava em uma parada única para tentar dar o bote em Vettel nas voltas finais;
  • Nas voltas finais, a apreensçao ficou por conta da disputa entre Massa, Webber e Hamilton. O piloto inglês mais uma vez foi para cima de Webber para garantir a ultrapassagem. Os dois chegaram a se tocar e o piloto da Red Bull teve que fazer a Variante Rettifilo por fora da pista. Com isso, Hamilton limpou o caminho para atacar Felipe Massa, que defendeu a posição e escapou das investidas do inglês;
  • Enquanto isso, Vettel reinava absoluto na ponta, guiando com cidado e responsabilidade e abrindo espaço em relação a Heikki Kovalainen. Robert Kubica conseguiu tirar vantagem da estratégia de uma parada só e assumiu a 3ª colocação;
  • Nas voltas finais, Raikkonen pareceu acordar do hibernamento e começou a andar forte, realizando ultrapassagens e marcando a melhor volta da prova, aproveitando-se da melhora na condição da pista. Em contrapartida, o carro de Hamilton começou a perder rendimento fazendo com que ele se contentasse com a 7ª posição;
  • Enfim, Vettel seguiu soberano para a vitória, acompanhado de Kovalainen e Kubica que também subiram ao pódio. Alonso e Heidfeld apareceram na 4ª e 5º colocação seguidos por Massa, Hamilton e Webber, que completaram os pilotos da zona de pontuação. Piquet recuperou-se da corrida fraca no final e cruzou a linha de chegada em 10º. Barrichello, carregando seu Honda nas costas chegou apenas em 17º;
  • Agora o campeonato pegou fogo de vez. Massa está com 76 pontos, a apenas 1 ponto de Hamilton, o líder. Kubica deixou Raikkonen para trás e aparece com 64 pontos na 3ª colocação.

Pontos Positivos:

  • Lewis Hamilton: realizou grandes ultrapassagens hoje em psio molhado. Não tomou conhecimento de Raikkonen, Alonso, Glock, Heidfeld, Trulli. Fez com Webber uma disputa dura pela posição, mas poderia ter espalhado menos para cima do australiano. Como as chicanes na Itália têm quebra molas, ficou fácil saber onde podia ou não passar. Foi bonito de ver o Hamilton sobrando na pista;
  • Heikki Kovalainen: sempre criticado por conseguir largar bem e não manter a posição, dessa vez Kovalainen fez a coisa certa. Mostrou-se rápido durante todo fim de semana, aparecendo sempre à frente de Hamilton. Hoje, mesmo enfrentando problemas de equilíbrio, não cometeu erros e conseguiu chegar em mais um pódio;
  • Robert Kubica: ficou na dele a corrida inteira. Largou em 11º e soube fazer uma prova sem erros e com a estratégia na medida certa para ganhar muitas posições. Assim, ganhou o terceiro lugar tanto na prova quanto no campeonato.
  • Felipe Massa: soube fazer uma corrida à "mineira" para tirar mais um ponto em relação a Hamilton. Poderia ter sido mais combativo em relação à Heidfeld, mas recordou-se dos erros do início da temporada para ficar na sua e não comprometer a disputa pela ponta no campeonato.

Marretadas:

  • Raikkonen e sua Ferrari: o efeito hibernação atingiu novamente Kimi Raikkonen. Mostrou-se apático durante toda corrida e claramente tinha dificuldades de equilíbrio em seu carro. Já no final, com a melhora da condição da pista e com pneus intermediários, acordou do sono, fez ultrapassagens e marcou a volta mais rápida. Entretando, acabou ficando mais uma vez sem pontos e raticamente disse adeus ao campeonato desse anos, o que é uma pena. Raikkonen poderia colocar fogo na disputa pela taça;
  • Nico Rosberg: estava bem durante todo o fim de semana, largou em boa posição e chegou a aparecer em 4º na corrida. Quando a pista secou, sofreu um apagão e foi parar na 14ª posição. Assim, a Aline chora!
  • Honda: está cada vez mais sofrível. Parece que Barrichello e Button estão pagando os pecados da vida inteira naquele cockpit. Nem Ross Brawn pode dar jeito nela. Assim, fica difícil atrair Fernando Alonso para lá. Até Barrichello estaria de malas prontas para a vitoriosa Toro Rosso. Faz ele muito bem.

Troféu Roda Bahiana: Glock (claro), Webber

Tinha esperanças de que a pista molhada oferecesse mais candidatos ao roda bahiana, mas até que o pessoal se comportou bem. Glock, mas uma vez, deu sua rodadinha, sem grandes consequências. Webber também rodou bonito e voltou para a pista. O espetáculo das rodadas aconteceu mesmo nos treinos e qualificação. Pista molhada é fogo! Ai que saudade do TC!!! hehehhe

Troféu cata-tatu: David Coulthard

Tá difícil de aguentar o David nessas suas últimas corridas. Acho que, pela idade, ele está perdendo o campo de visão periférica. Sempre que alguém vem para disputar posição com ele, é espinafrado na curva e aí é catar tatu na certa. Hoje, David mandou Fisichella e Nakajima catarem tatus italianos. No último incidente, os pedaços de seu carro e da Williams de Nakajima ficaram espalhados no meio da Parabólica já no finalzinho da corrida. Vettel, Massa e Hamilton passaram sobre os detritos e poderiam acabar com o pneu furado. Graças ao nosso querido David. Assim a gente conta com prazer: faltam 4.

Prêmio F1-V8: Sebastian Vettel e Toro Rosso.

Não poderia ser diferente. São os nomes da corrida. Vettel levou a Toro Rosso, ex-Minardi à vitória. MINARDI! Lembram dela? Quem diria que hoje venceria uma corrida em casa, fazendo os carros da McLaren, Ferrari, BMW comerem poeira (ou melhor, beberem água). E a festa só não foi completa pois Bourdais teve problemas na largada.

Quanto a Vettel, o que dizer de um piloto que conquista sua primeira vitória em um templo do automobilismo? De quebra, o alemão pulverizou o recorde de Fernando Alonso, tornando-se o piloto mais jovem a vencer na F1. Sebastian pilotou com maturidade, responsabilidade e concentração, não dando margem à ansiedade e aos erros que poderiam ser até normais em uma corrida disputada sob chuva. Ignorou os nomes de peso que disputavam o campeonato, marcou uma pole incrível e hoje cruzou a linha de chegada na primeira colocação conquistando uma vitória histórica. como um menino travesso, desviou a atenção da disputa do campeonato, comemorou a vitória com singeleza e espontaneidade e mostrou ao mundo que este é apenas o começo de uma carreira que tem tudo para ser vitoriosa.

Peruntas instigantes: Vettel chegará a ser campeão na F1?

sábado, 13 de setembro de 2008

Vettel - L'enfant terrible!


Mais uma vez a chuva deu as caras em Monza, para desespero de pilotos e equipes. Mas nem todos ficaram totalmente aflitos. A modesta Toro Rosso, Vettel e Bourdais literalmente nadaram de braçada na encharcada pista italiana.

Logo no início do Q1, viu-se que aquela não seria uma sessão comum. Os favoritos à pole Rakkonen, Massa e Hamilton lutavam para fazer tempo e garantir pelo menos a 16ª posição para passar ao Q2. Enquanto isso, a Honda de Barrichello e Button além de Nelson Piquet amargavam o fato de largar nas últimas posições. Na segunda fase do treino, viu-se o domínio de Heikki Kovalainen, que vinha marcando os melhores tempos. Situação bem diferente de seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton, que só conseguiu o 15º tempo uma a mais que Kimi Raikkonen, que sairá da 14ª posição. Massa classificou-se para o Q3 com apenas o 10º tempo.

Na superpole observou-se o surpreendente domínio de Sebastian Vettel, que logo tratou de marcar o tempo de 1:37.555 e garantir sua primeira pole position na carreira. Seu companheiro Sebastien Bourdais também não deixou por menos e cravou o 4º tempo do dia. Dividindo a primeira fila com Vettel estará Heikki Kovalainen da McLaren. Mark Webber sairá da 3ª posição.

Este é um sábado histórico. Esta é a primeira pole da Toro Rosso e de Sebastian Vettel, que de quebra tornou-se o mais jovem piloto a marcar uma pole na F1, aos 21 anos e 2 meses. A marca anterior pertencia a Fernando Alonso, que saiu da primeira posição do grid de largada aos 21 anos e 7 meses no GP da Malásia de 2003. Com isso, o jovem alemão mais uma vez prova que, em breve, dará muito trabalho à Hamilton, Raikkonen, Massa, Alonso e cia.

Para amanhã, a previsão é de corrida sob chuva. Entretanto, se chover muito forte como na sexta feira, pode-se ter problemas na realização do GP. O que determina o cancelamento da corrida são as condições de pista (excesso de água e visibilidade) e teto que permita decolagem do helicóptero de resgate. Se não tiver teto, a largada é adiada até que as condições de tempo melhorem. Com pidta seca ou molhada, o GP da Itália promete fortes emoções.
** O título em francês não tem nada a ver com Vettel. Mas foi bolado durante a aula de francês, logo após o treino oficial do GP da Itália.

Tudo sobre - GP da Itália


Extensão: 5,793 km
Número de voltas: 53
Pole em 2007: Lewis Hamilton (1:47.338)
O Circuito


A Fórmula 1 despede-se da Europa em 2008 em um palco digno de tal honra: a pista de Monza. O autódromo localizado no parque Real de Monza foi contruido em 1922 e recebe a F1 desde sua primeira temporada em 1950. A sua principal caracterísitica é a de ser um circuito de altíssima velocidade, onde os carros alcançam assombrosos 340 km/h no final da reta dos boxes, o ponto mais veloz na temporada.

Com retas tão longas é de se esperar que se corra com a configuração de menor carga aerodinâmica na temporada. As asas assumem uma posição praticamente plana, garantindo o mínimo de arrasto possivel para voar nas retas. Em uma pista tão veloz é de se esperar que os freios desempenhem papel importante e em Monza eles são altamente exigidos. Só para se ter uma idéia, na Variante Retifillo a força g de desaceleração chega a 4,5. Em toda a extensão da pista existem 4 pontos de frenagem onde os carros chegam a mais de 320km/h. As equipes vão quebrar a cabeça para manter os freios resfriados sem preju[izo na aerodinâmica. Do ponto de vista da suspensão, a idéia é garantir a maior aderência mecânica possível e estabilidade de frenagem. Para fazer bons tempos em Monza é necessário atacar as zebras e frear bruscamente, para isso um bom acerto é fundamental. Geralmente os acertos são super-baixos e usa-se o velho truque da borracha na suspensão, para que o carro "sente" nelas em alta velocidade.

O motor é um capítulo à parte em Monza. Os pilotos passam 77% da volta com o pé embaixo no acelerador. Os propulsores precisam ser capazes de operar a uma velocidade média de 275km/h alcançando o máximo de 340km/h na reta dos boxes. Além disso, há um período de mais de 15 segundos em aceleração plena, que vai da saída da Parabolica até a entrada da Variante Rettifilo.

Monza é o último circuito ultra-veloz remanescente na Formula 1, o que significa garantia de diversão para os pilotos. O primeiro ponto crítico é a ariante Rettifilio, onde os pilotos fazem a freada mais brusca (de 340 para 74 km/h) e que pode fazer muita gente catar tatu logo na largada. Pouco depois tem a incrível Curva di Lesmo, feita em 2 pernas e em alta velocidade. Mais à frente vem a Variante Ascari, onde é necessário atacar as zebras para fazer um bom tempo.

Parabólica
Após a reta da Variante Ascari vem um ponto decisivo da pista: a mítica Parabolica, curva de alta, contornada a mais de 200km/h. Este é um ponto crítico do circuito. É necessário atacar a Parabólica da forma correta, para manter um traçado ideal e acelerar muito, para vencer a força centrífuga que joga o carro para fora da curva. Somente contornando a Parabolica perfeitamente, pode-se chegar à reta com condições de acelerar tudo até os quase 350km/h.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Anatomia - Por que o motor falha?


Hungaroring e Valência. Nas duas corridas a cena se repetiu. Um carro vermelho, rodeado de fumaça para em plena reta. Motor estourado. Fim de corrida. Este foi o destino de Massa e Raikkonen há algumas corridas. A Ferrari perdera dois motores em provas próximas. E agora, uma nuvem negra de preocupação paira sobre Maranello. E com razão. Semana passada a F1 correu em Spa, onde se acelera 70% da volta. Neste domingo, o desafio será vencer a velocíssima pista de Monza, onde os carros rasgam a reta a 340km/h. E os motores se esgoelam durante 76% da volta. E com a regra de 1 motor para 2 corridas, Raikkonen e muita gente do grid estará na segunda corrida do motor, após as altas exigências da Bélgica. Mas a gente se pergunta: o que leva um motor a falhar de forma tão repentina?
O motor é famoso por ser o coração do carro de F1 (e de qualquer outro, é claro). Obviamente, na categoria mais TOP do automobilismo, os motores têm que cumprir uma série de exigências. Certamente, se eu tivesse que escolher ser uma parte de um carro de Fórmula 1, eu não ecolheria ser o motor! Trabalha em regime de temperaturas incrível, gira que nem louco (a 19000rpm), tem seu funcionamento dependente de outros sistemas (eletrônico, hidráulico, pneumático), bebe que nem um doido, tem que ser ao mesmo tempo leve, resistente e confiável. E no final, ainda te culpam se algo vai mal. Fora que depois de duas corridas...
Por isso mesmo, todos estão de olho no motor. Entretanto, nem sempre as coisas vão bem. É de se esperar que um sistema que trabalha a temperaturas tão severas, com fluidos em altíssima velocidade e com tantas partes móveis vá apresentar alguns problemas. As equipes obviamente fazem de tudo para evitá-los, mas às vezes eles acontecem. As principais causas de falhas em motores de F1 podem ser assim divididas:
1 - Defeitos de fabricação, componentes novos defeituosos
Estas são as principais causas de falha no início da vida do motor. Como é composto por muitas peças e estas precisam trabalhar juntas de forma perfeita, algumas falhas são cometidas durante a montagem e a manufatura de certos componentes. Assim, logo que o motor está pronto, passa pelo dinamômetro, onde haverá o famoso "amaciamento", para que as coisas entrem em seu devido lugar e para que se tenha a certeza que o motor que será instalado no carro está funcionando bem. Segundo a Ferrari, um jogo de bielas com peqenos defeitos de fabricação foram as causas das recentes falhas nos motores de Massa e Raikkonen.
2 - Fadiga
Motores da F1 são feitos para durar normalmente 2 corridas. Comparando com nossos carrinhos de cada dia é até covarde. Nossos motores, com bloco em aço são feitos para aguentar milhares e milhares de quilômetros, considerando que nem todo mundo vai usar combustível de qualidade ou lembrar de trocar o óleo. Já na F1 as coisas são muito diferentes. Os motores geralmente os blocos são fabricados em liga de Magnésio e (cuja composição é segredo de Estado) e pistões em liga de Alumínio, para garantir leveza ao conjunto. Entretanto, esses materiais leves devem ser também resistentes, dadas as condições de operação do componente. E são essas condições severas de operação, como altíssima velocidade de rotação, variações bruscas de temperatura e vibrações que muita vezes geram a famigerada "fadiga" dos materiais, tão presente em diversas situações na Engenharia. Neste caso, uma fissura que muitas vezes é imperceptível a olho nu, pode transformar-se em um rombo enorme por causa do esforço repetitivo durante uma corrida e mandar as esperanças de seu piloto para o beleléu!
3 - Problemas hidráulicos e pneumáticos:
O tal "problema hidráulico" já virou até piada. Sempre que o carro parava sem motivo e o piloto chegava para falar com a imprensa com cara de chuchu, todos já sabiam que ele iria dizer que fora vítima de problema hidráulico. Parece desculpa esfarrapada, mas os problemas hidráulicos respondem por boa parte das falhas no carro de F1. E com o motor não é diferente. Se o acionamento hidráulico que bombeia óleo lubrificante falhar, adeus corrida. Isso porque o lubrificante é importante, não só para diminuir o atrito das partes móveis, mas também para agir como detergente limpando a sujeira causada pela combustão, além de garantir que o motor não vai superaquecer, já que o óleo rouba o calor das partes mais quentes enquanto circula. Os problema pneumáticos também não ficam para trás nessa hora, já que os sistemas de abertura e fechamento de válvulas têm controle pneumático. Um descompasso pode causar falhas graves e irremediáveis, como o choque do pistão em alguma válvula aberta. Aí, é fumaça e óleo pra todo lado!
Válvula com acionamento pneumático

4 - Fatalidades e falhas humanas
Ah, as fatalidades da F1! Elas sempre aparecem e não poupam nem os motores. Sempre pode haver uma porca do tamanho de um caroço de mostarda que pode ter ficado solta em algum cilindro... Daí, com o esforço repetitivo da corrida e a pecinha no pistão são o prenuncio de uma carnificina automibilística. Dá pena até de pensar. Além disso, tem o fator Humano na história. Apesar de todo controle, da telemetria, das centenas de sensores, alguém sempre pode fazer uma bobagem. E muitas vezes a bobagem é cometida por aquela peça importante, que fica entre o volante e o cockpit...

5 - Superaquecimento
Malásia, Hungria, Valência, e tantas outras dependendo do gosto do El Niño e La Niña. A F1 sempre vai correr em condições climáticas duras. Essas corridas geralmente são disputadas sob forte calor, se quebrar ovo no asfalto ele frita. E fritam também os miolos dos engenheiros e mecânicos que ficam tentando resfriar as máquinas. O carro de F1 tem 2 entradas de ar laterais para o radiador, e os motores são refrigerados a água e ar. Mas em algumas corridas, as entradas de ar ficam obstruídas, limitando a ação do sistema de arrefecimento. Assim, o motor pode sofrer com o superaquecimento. Trabalhando a temperaturas mais altas que as suportáveis, alguns componentes importantes podem ser prejudicados, o que pode levar deflagrar uma falha catastrófica, com gases a altíssimas temperaturas tomando conta de tudo, o que faz o propulsor fundir.
Diagnóstico
Todas as operações do motor são monitoradas pelo sistema de telemetria. Temperaturas, pressão do óleo, abertura de borboleta são alguns dos parâmetros observados pelas equipes. Qualquer alteração importante é prontamente avaliada e demanda uma resposta. Geralmente, quando se percebe uma alteração significante, o regime de rotação é alterado para que se possa evitar o pior durante uma corrida. Porém, muitas vezes as falhas são repentinas e catastróficas, ou seja, não sobra muito a fazer senão lamentar...
Além do sistema de monitoração, certos exames são realizados nos motores para atestar sua saúde. Alguns deles são até velhos conhecidos nossos. Quando se quer fazer uma inspeção interna no motor sem desmontá-lo, geralmente se usa um endoscópio, semelhante ao que se utiliza na endoscopia (aquele exame chato que enfiam um cano com câmera na ponta goela abaixo para fuçar o estômago). Assim, a equipe pode avaliar algum dano interno, como microfissuras ou outras anomalias que podem gerar uma falha grave. Outro meio de diagóstico, são os raio-X e tomografia computadorizada. Alguns componentes passam por essas avaliações mais detalhadas e não destrutivas para verificar fissuras e trincas ou outros concentradores de tensão ainda em estágio inicial. A diferença é que são métodos de diagóstico menos portáteis que o endoscópio, por isso não são utilizados durante o fim de semana de corrida.
Com a regra de 1 motor por duas corridas as quebras de propulsores estão mais raras. Isso porque as equipes tiveram que investir em projetos mais robustos e confiáveis que os de antigamente, o que acarretou em motores projetados para aguentar mais tempo. Mesmo assim, vez ou outra vemos o motor de muita gente abrindo o bico por aí... Por isso, é bom as equipes manterem os olhos abertos em Monza, onde os excessos no acelerador podem ter graves consequências.



domingo, 7 de setembro de 2008

GP da Bélgica - Corrida não termina na bandeirada...


Quando amanheceu no circuito de Spa-Francorchamps, a única certeza que se tinha era a de que a chuva iria cair em algum momento do dia. E ela veio na forma de uma garoa leve, que fez com que a pista ficasse úmida mas não totalmente molhada para o início do GP da Bélgica. Ingrediente que por si só já poderia garantir um espetáculo dominical na pista belga. Muitas dúvidas pairavam no ar: Hamilton partiria da pole para uma vitória facil? Massa arriscaria tudo na largada? Kovalainen daria uma de fiel escudeiro para cima das Ferrari? Raikkonen conseguiria manter sua boa fama em Spa? Com a largada, algumas dessas dúvidas foram sanadas, outras só foram esclarecidas longe dos olhos dos torcedores e da imprensa.


  • A corrida começou com uma largada espetacular de Kimi Raikkonen. O finlandês aproveitou a saída para tracionar o que podia e roubar a posição de Kovalainen. Em seguida, botou o carro na área de escape da La Source, sempre acelerando muito. Resultado: chegou na Eau Rouge na ponta, deixando Massa e Hamilton a ver navios;

  • Também largaram muito bem Fernando Alonso, que faturou 2 posições e Sebastien Bourdais, que pulou para a 5ª colocação. Como não poderia faltar, o tradicional espalha-espalha de carros na La Source aconteceu novamente, desta vez causado por Bourdais e Kovalainen.

  • A partir daí viu-se a corrida de recuperação de Kovalainen, que saiu ultrapassando a todos, mas parou na forçada de barra em cima de Mark Webber, que resultou em um drive through para o piloto da McLaren. As posições mantiveram-se basicamente as mesmas após a primeira série de pit-stops. Raikkonen liderava de forma confortável, mas sem abrir em relação a Hamilton.

  • Barrichello e Piquet abandonaram a corrida. O primeiro por problemas no câmbio e o segundo bateu após escorregar nas linhas brancas da pista. Enquanto isso, os pilotos da Toro Rosso continuam destacando-se, com Bourdais aparecendo na 5ª colocação.

  • A corrida parecia liquidada e nas mão de Raikkonen quando a chuva começou a cair no miolo do circuito, faltando 3 voltas para o final. O finlandês da Ferrari viu sua corrida tranquila ganhar um desfecho dramático com a aproximação de Lewis Hamilton. O inglês aproveitou seu melhor rendimento na pista molhada e partiu para cima de Raikkonen, que revidou, obrigando Hamilton a passar reto na Bus Stop. O inglês devolveu mais ou menos a posição e retomou a ponta. Nisso a chuva apertou e o que se viu foi um festival de lambanças e rodadas, a pior delas a de Raikkonen que viu sua vitória ir pelo ralo quando chocou-se no muro na penúltima volta.

  • Melhor para Hamilton, que faturou a corrida. Massa, pilotando com o carro quase parado levou sua Ferrari à segunda posição. Heidfeld, que ainda teve tempo de colocar pneus de chuva e voltar ultrapassando todo mundo chegou em 3º.

  • Entretanto, o resultado final da corrida não saiu até as 18 horas locais, quando os comissários decidiram punir Lewis Hamilton em 25 segundos por não ter devolvido a posição de forma efetiva para Raikkonen na penúltima volta. Assim, a vitória caiu no colo de Felipe Massa, Heidfeld herdou a segunda posição e Hamilton teve que se contentar com a 3ª colocação. Alonso, Vettel, Kubica, Bourdais e Glock também pontuaram.

  • Agora apenas 2 pontos separam Massa e Hamilton na disputa pelo título. Raikkonen, em queda livre no campeonato, agora vê Kubica ocpar o terceiro posto na tabela de pilotos.

Marretadas

  • Kovalainen: Tem aparecido bem nos treinos, consegue bons tempos na classificação e larga com frequência nas primeiras filas. Mas ainda sofre um apagão na hora da largada. Quando a gente menos espera, lá está Heikki, remando lutando e lutando muitas posições atrás em relação à que largou. Se tivesse ao menos mantido suas posições de largada, estaria figurando entre os primeiros no campeonato. Mas com essas trapalhadas, passa a corrida inteira trabalhando para ficar longe do pódio;

  • BMW: Não fosse a estratégia e a sorte de colocar pneus de chuva em Heidfeld na penúltima volta, teria passado a brancas nuvens hoje. Spa viu um a BMW sem brilho e que apareceu muito pouco nos 3 dias do GP da Bélgica. Já perdeu o fôlego que mostrou no início da temporada.

  • Williams: tem tido apresentações pífias nesta temporada. É triste ver a Williams de hoje e lembrar dos carros imbatíveis e das novidades incríveis que a equipe inglesa proporcionava anos atrás. Todos esperamos que este não seja um prenúncio do início do fim do time de Woking.

Pontos Positivos:

  • Alonso: resolveu dar o troco após o fim de semana melancólico em Valência. Apareceu bem nos treinos e durante a corrida. Quase alcançou o pódio, que se tivesse chegado, teria sido muito justo. Seria bom ver Fernando Alonso frequentar as primeiras posições novamente e infernizar o Olimpo de Ferrari e McLaren.

  • Toro Rosso: Teve um fim de semana de sonho. Desde o sábado seus carros apareceram bem e entre os primeiros. Bourdais largou muito bem e ficou a corrida quase toda no pelotão da frente. Parecia fazer uma corrida de exibição para segurar seu emprego. Vettel também tirou o máximo de seu carro e mostrou que a Red Bull fez bom negócio em comprá-lo. Dessa forma a Toro Rosso vai feliz para a Itália com um 5º lugar de Vettel e um 7º de Bourdais.

  • Kimi Raikkonen antes da chuva: Mais uma vez mostrava que Spa é território dele. Saiu em uma desacretitada 4ª posição e simplesmente engoliu todo mundo na La Source. Para ele tudo virou pista: grama, área de escape, zebra. Manteve uma liderança tranquila, até a chuva chegar e derreter sua vitória vrtual. Foi uma pena, pela bela largada.

Troféu cata-tatu: Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton


Eles vinham de grandes apresentações. Raikkonen fez uma largada maravilhosa como há muito tempo não se via. Hamilton conseguiu uma pole position incrível no sábado e vinha em corrida tranquila, garantindo pontos importantes no campeonato. Até que veio ela, a chuva. E com ela levou o juízo dos dois pilotos. Raikkonen, o Iceman, mostrou que água derrete seu gelo rapidinho. Com isso, permitiu a aproximação de Hamilton. O inglês, por sua vez, novamente deu "pala" na hora do aperto: ao tentar ultrapassar Raikkonen, passou reto a Bus Stop e devolveu a posição ao finlandês na má vontade, pegando o váculo do piloto da Ferrari para ultrapassá-lo de novo. A partir daí, perdemos a conta do tanto de vezes que os dois rodaram e saíram da pista, catando tatus por todos os lados, até que Raikkonen bateu no muro e novamente terminou sem pontos. Sinceramente, esperavamos que eles domassem melhor seus carros a 2 voltas do final, mesmo com a pista molhada.


Troféu F1-V8: Spa-Francorchamps


Somos apaixonadas por esta pista... mesmo que alguém fizesse uma apresentaçao memorável hoje, não tiraria o troféu das mãos de Spa. As curvas de alta, a topografia acidentada, curvas em subida, na descida, o tempo instável. São coisas que apenas Spa tem. E olhem que as reformas na Bus Stop tiraram parte de seu charme inicial, quando ela era feita com o motor quase cortando... A traiçoeira Fagnes e a velocíssima Stavelot testam a capacidade de qualquer piloto. Mas a melhor imagem de Spa é a da subida da Eau Rouge, que parece que o piloto está levantando vôo, pilotando um avião, não um carro. É muito bonito ver os carros totalmente colados na pista, passeando por aquelas curvas a 300 km/h. Que Herman Tilke, o mestre dos circuitos sem graça, nunca bata seus olhos sobre Spa e macule este tesouro do automobilismo que descansa nas florestas da Ardènne...


Perguntas instigantes:: A punição a Hamilton foi justa?

Tudo sobre - GP da Bélgica


O circuito

Nome: Circuit de Spa-Francorchamps
Extensão: 7,004 km
Número de voltas: 44
Pole em 2007: Kimi Raikkonen (1:45.994)
Recorde de volta: 1:45.108 - K Raikkonen (2004)



A F1 finalmente chega à sua pista favorita: Spa-Francorchamps. O circuito situado entre as duas cidades que lhe dão nome, tem a curva mais famosa do automobilismo moderno - a mítica Eau Rouge. Mas a pista guarda outras particularidades. Curvas de alta velocidade, mergulhos, subidas, pontos de ultrapassagem e a ameaça constante de chuva são ingredientes mais que suficientes para garantir excelentes corridas. Não é à toa que Spa-Francorchamps tem o título de pista favorita dos pilotos da F1.

Tecnicamente, Spa é considerada a pista mais completa do calendário. Combina curvas a 320 km/h com chincanes contornadas a baixa velocidade como a Nova Bus Stop. Com essas características mistas, o pessoal de aerodinâmica tem trabalho extra. Para as curvas de alta, um acerto com máximo de downforce seria o ideal. Mas tem-se que levar em consideração os trechos de reta, que não são poucos. Por isso, as equipes optam por um acerto intermediário, onde se pode gerar o máximo de downforce com o mínimo de arrasto. Apesar das curvas de alta, não existem pontos de frenagem que sejam muito críticos. Entretanto, os pneus não têm vida fácil na pista belga. Por isso, a Bridgestone disponibilizará às equipes seus compostos mais rígidos. Quem não terá vida fácil na Bélgica serão os motores. A maior parte dos pilotos entra em ciclo de motor novo para Spa e Monza, duas das pistas mais velozes. Durante uma volta no circuito belga, o piloto chega a passar 72% da volta com o pé embaixo. O trecho em aceleração plena mais longo é o que vai da La Source até a Les Combes, totalizando 23 segundos só acelerando.

Spa-Francorchamps tem diversos pontos da pista que merecem destaque. A começar pela La Source, primeira curva do circuito, que pode complicar a vida de todos durante a largada. Foi nela que em 1998, mais da metade do grid envolveu-se em uma mega batida logo na largada. Os pilotos também têm que icar atentos à Malmedy, que é uma curva traiçoeira, em descida e com frenagem importante. Toda atenção é pouca no contorno da Stavelot, curva tomada à direita a mais de 245 km/h. Entretanto, a grande estrela é a Eau Rouge, que inicia em um mergulho seguido de uma subida que dá a sensação de que os carros vão levantar vôo, culminando com uma saída cega em um plano bem mais alto que o do seu início. Hoje em dia, na era V-8, é feita com pé embaixo mas não deixa de arrepiar pilotos e fãs volta após volta.

Este circuito tem um nome: Kimi Raikkonen. O piloto finlandês venceu simplesmente todas as últimas 3 corridas realizadas ali. Será que ele conseguirá manter a tradição amanhã?