quarta-feira, 25 de junho de 2008

GT3 em Brasília


Nos dias 14 e 15 de junho foram realizadas as 5ª e 6ª etapas do Brasileiro de GT3 no autódromo Nelson Piquet em Brasília. Mesmo na temporada de "estréia" a categoria está fazendo o maior sucesso entre os fãs de automobilismo, já que leva para as pistas do Brasil os carros mais desejados do mundo e alguns nomes consagrados do automobilismo, como Fittipaldi, Hoffman e Piquet.

Para as etapas do DF, fui recrutada como fical de box pelo pessoal da CBA. Pensem num trabalhinho voluntário dos meus sonhos?? E olha que a Giselle costuma a dizer que sou salafrária, que só coloco o nariz fora de casa por verdinhas... vejam como ela foi injusta e equivocada... tsc, tsc, tsc.

Enfim, foi uma emoção muito grande trabalhar vistoriando Ferrari F430, Lamborghini Gallardo, Dodge Viper, Porsche 997 e esperem aí, tá faltando alguém... Ah, sim, os Ford GT40, que assombraram nas pistas da capital. Não teve para ninguém, e é até surpreendente ver como os GT40 são superiores na pista. A diferença já começa no ronco dos motores. A gente escuta a Ferrari passar e acha bonito. Ouve os Lamborghini e Porsche e também acha legal. Mas quando os Ford GT cortam a reta, é de arrepiar! São sem dúvida os motores que gritam mais alto, parecem aviões.

E não é só nisso que reside a superioridade dos Ford GT40. Na pista eles são claramente superiores. Tem mais equilíbrio nas curvas e mostram superioridade aerodinâmica nas retas. Por isso, a luta pela pole possition das duas corridas resumiu-se às duas equipes que têm esses possantes. Era incrível ver como os carros das equipes de A. Matheis e a GT Racing saiam de seus boxes, davam uma volta de aquecimento, uma volta rápida e em seguida retornavam com os melhores tempos. Tanto que as equipes se revezaram nas primeiras colocações nas duas etapas, com a dupla Walter Salles e Ricardo Rosset largando na pole no sábado e Adreas Matheis e Xandy Negrão partindo da pole no domingo. Nas corridas os resultados foram inversos: Negrão e Matheis venceram a etapa do sábado e a vitória ficou com Salles e Rosset no domingo. O sol quente e o asfalto abrasivo da pista do autódromo de Brasília castigaram muita gente nas duas etapas, entre as vítimas os dois Lamborghini, que não terminaram nenhuma das etapas.

No final, o trabalho foi fácil e muito gratificante, afinal ficar pertinho dessas máquinas incríveis não é rotina de todo mundo. Valeu também por ter visto o Emerson Fittipaldi pilotar de pertinho. Na etapa do sábado ele deu um show nas pistas de Brasília, andando no limite e dando trabalho a muita gente apesar da inferioridade de rendimento de seu Porsche. Sensacional! Claro, levei uma câmera na bolsa para registrar alguns momentos dessas corridas e mostrar para todos vocês amigos do blog F1-V8!

E peço desculpas por só estar postando o asunto da GT3 agora. Logo que acabei meu trabalh no autódromo, corri para o aeroporto para pegar um vôo para Macapá, de onde segui para a Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, que fica no fim do mundo mais uns três dias de viagem (lá não tem internet nem celular!). Fui fazer uma parte da minha pesquisa de mestrado e provar que vida de engenheiro não é nada fácil como um certo homem da mídia anda dizendo por aí na narração de corridas de F1 nos domingos nossos de cada semana...

Aí vão algumas fotos do meu fim de semana ao lado das feras:


Safety Car Lobini



Quem nunca cantou a música: "Wanna jump um on my Lamborghini Gallardo!" Tá aí, o tal, pilotado pelo Ingo Hoffman e Paulo Boni:


O Porsche 997 do Fittipaldi durante a pesagem:


Os Ford GT 40 são tão rápidos que a única forma de fotografá-los é quando estão parados na pesagem...


Por sugestão da Giselle, dei uma apertadinha no traseiro do boneco da Michelin. Só pra dar uma de Maria Gasolina!Depois do trabalho, a tietagem: eu e 2 títulos Mundiais da F1! (não vale falar mal da minha aparência. Eu estava cheirando a óleo, borracha e gasolina! Suada e insolada! Mas extremamente feliz!!!)

domingo, 22 de junho de 2008

GP da França - Massa na frente

Há muito tempo um brasileiro não brilhava nas pistas francesas. Desde 1985, nenhum dos grandes nomes do automobilismo nacional havia conseguido vencer um GP da França. Hoje, Felipe Massa contou com a sorte e conseguiu sair de Magny-Cours com a vitória e a liderança do campeonato.
Mais uma vez os boatos tomaram conta do fim de semana de corrida. Greve de pilotos, fim do GP da França, preços abusivos de superlicença. E ainda restavam resquícios dos acontecimentos do Canadá, há 15 dias atrás. Hamilton e Rosberg foram punidos pelas barbeiragens nos pits e perderiam 10 posições no grid. Mas no final, o campeonato voltou a ser o tema principal, e mais uma vez a F1 conhece um novo líder na temporada.

  • Na largada Raikkonen defendeu a posição de forma brilhante, cruzando a pista e assumindo o lado limpo e favorável ao contorno da curva. Massa seguiu em segundo, atrás do finlandês. Trulli conseguiu passar Alonso e assumiu a terceira colocação. A largada do GP da França foi limpa, sem acidentes;
  • Tudo parecia caminhar para um domínio absoluto das Ferrari que logo desapareceram na frente. As Toyota apareciam muito bem em 3º e 5º. Os primeiros duelos na pista ocorreram com as disputas de Hamilton e Piquet.
  • Ao contrário do GP do Canadá, esta prova na França foi muito mais tranquila, praticamente sem incidentes. Entretanto, isso não significou uma corrida fácil para Hamilton, que cometeu algumas trapalhadas nas primeiras voltas e foi punido com um drive-through por cortar caminho para ultrapassar Vettel.
  • A ameaça de chuva chegou a assustar os pilotos a partir da metade da corrida. Entretanto, apenas uma garoa fina atingiu o autódromo, o que não prejudicou o desempenho dos pilotos. Entretanto, equipes ficaram apreensivas com a possibilidade da chuva de início de verão transformar-se numa tempestade.
  • Fazendo um balanço final, a corrida foi tranquila e até um pouco monótona. Apenas Jenson Button ficou pelo caminho e não terminou a prova. Também, depois de duas corridas malucas (Mônaco e Canadá), a moçada precisava de um descanso.
  • No balanço final, a corrida monótona acabou apimentando ainda mais o campeonato. Com a vitória de Massa, o brasileiro assume a ponta com 48 pontos, 2 a mais que Robert Kubica, o 5º colocado no domingo. Kimi Raikkonen está a 5 pontos do líder e Hamilton a 10. A imprevisibilidade é a palavra que ilustra esta temporada da F1!

Pontos positivos:

  • Nelson Piquet: finalmente desencantou. O GP da França era o limite final para Piquet fazer uma boa apresentação, caso contrário estaria na rua. E o brasileiro mostrou a que veio. Resistiu bravamente aos ataques de Lewis Hamilton logo nas primeiras voltas, fechando postas e escapando do inglês, não cometeu os erros de outrora e no final ainda ultrapassou Fernando Alonso após uma escorregada do espanhol. Terminou em 7º e embolsou merecidos 2 pontinhos.
  • Jarno Trulli: Mostrou toda a sua técnica. Largou em boa posição, fez ultrapassagens, manteve-se veloz a corrida inteira e resistiu aos ataques de Heikki Kovalainen no final. Conseguiu um merecido pódio que não vinha desde 2005 e mostrou que a Toyota pode fazer bons resultados.
  • Kimi Raikkonen: no sábado, tirou um temporal da cartola no Q3. No domingo, fazia uma corrida perfeita, que parecia indicar um vitória absoluta. Na última parte da prova, foi atingido por um defeito quase fatal no sistema de escape de sua Ferrari. Mesmo assim, soube adaptar-se à dificuldade e conseguiu tirar o que podia de um carro com déficit de potência incrível e somou pontos importantes para o campeonato.

Marretadas

  • Lewis Hamilton: tentou mostrar ao mundo que havia recuperado-se das barbeiragens em terras canadenses e foi com muita sede ao pote. Nas primeiras voltas, via-se claramente um Hamilton desesperado por desempenho e fazendo manobras quase insanas. Arriscou muito, andou fora das zebras e quase tocou Kovalainen. Cortou Vettel pela chincane e tomou um drive through. Ainda precisa colocar a cabeça no lugar para voltar ao Hamilton de 2007.
  • BMW: fez uma apresentação espantosa no Canadá, com direito a dobradinha e despachando a Ferrari para o papel de mera coadjuvante. Contudo, quando chegou em Magny-Cours, um circuito de alta exigência aerodinâmica, todo o domínio da equipe alemã pareceu ir por água abaixo. Para ameaçar a Ferrari nos construtores ainda precisa variar seu cardápio de pistas. Aqueles chifrinhos parecem fazer pouco efeito...
  • Honda e Williams: praticamente não andaram em Magny-Cours. Barrichello, Button, Nakajima e Rosberg sofreram para domar seus carros. Resultados? Não passaram de 14º.

Prêmio cata-tatu: Bernie Ecclestone

Sempre me dói o coração quando dizem que a F1 está dando adeus para certos circuitos tradicionais. Mais uma vez os boatos de que o GP da França vai sair de Magny-Cours surgiram com força. A idéia é substituir a pista francesa por uma prova na Euro Disney em Paris. A justificativa seria a de que a estrutura na região de Nevers é precária. Realmente, para cinquentões cheios de viagra e loiras platinadas e siliconadas que recebem credenciais valiosíssimas para acompanhar as corridas, observar a paisagem dos pastos que circundam a pista deve ser um sacrifício... A próxima vítma parece ser Silverstone. F1 na Euro Disney é de uma pobreza de espírito sem fim.

Troféu F1-V8: Felipe Massa

Fez excelente corrida e agora pela primeira vez assume a liderança do campeonato. Claro, temos que lembrar que a vitória só ocorreu porque Raikkonen teve um problema irremediável em seu escapamento e perdeu desempenho. Agora, Massa tem que saber administrar a pouca vantagem que tem sobre Kubica e Raikkonen. A primeira providência será tapar os ouvidos para certas declarações ufanistas de alguns membros da imprensa brasileira que já o catapultaram à condição de Ayrton Senna do século XXI. E também tem que tomar cuidado. Foram 4 corridas e 4 líderes diferentes. Parece que a condição de líder da F1 é das mais voláteis e o sonho de ser o campeão, muda de mãos de 15 em 15 dias.

Perguntas instigantes: A Ferrari colocaria seu atual campeão para trabalhar para Felipe Massa no campeonato?

Definir e favorecer abertamente um piloto é essencial para a conquista do título?

sábado, 14 de junho de 2008

Hehehe do Canadá

Ele finalmente ganhou... Não dá para negar, de capacete é uma maravilha, sem ele... bem, não sejamos duras o suficiente para tirar o brilho de sua grande vitória. As imagens são mais significativas que mil palavras... Ele é feinho, mas anda rápido e no final das contas é isso que importa...

Bom, essa semana andaram falando sobre a possibilidade de aposentadoria prematura do Kimi Raikkonen. Dizem que ele não anda nada satisfeito com as coisas do mundo extra-pista. Também, já pensou, você chega no autódromo e vê uma aberração dessas dizendo que é você! Não é pra menos que o Iceman anda pensando em pendurar as luvas.Detalhe, o boneco do Kimi vem acompanhado do boneco do Lewis Hamilton. Zoar um só era muito pouco (vejam os DENTES destes bonecos!). E eles têm umas caras malignas... Pareciam prever o acontecido nos pits.Graças a Deus, nenhuma foto do boneco do Kubica foi encontrada.

O site do Nico Rosberg finalmente foi lançado (já faz um tempinho...). É todo bonito, todo em flash, com músicas e umas fotos do Nico de tirar o fôlego de qualquer fã. Mas, algumas coisas não podem se misturar jamais. Nesse caso, a mistura explosiva foi: Giselle + Photoshop + Google = isso aí embaixo:


Ah, venhamos e convenhamos: não é o mais masculino dos sites, né?


Para finalizar, uma singela homenagem ao campeão do domingo passado. Aprenda você também a fazer o Robert com luz e sombra. Fica LINDO! (heahehahehaehhaehaheh)



domingo, 8 de junho de 2008

GP do Canadá - O milagre de Kubica


Dramático, emocionante, imprevisível. Esses são alguns dos adjetivos empregados quando o assunto é o GP do Canadá, disputado neste domingo. Na verdade, o dia já começou com uma grande preocupação: a pista parecia esfarelar-se com o passar do tempo. E poderia jogar contra a segurança dos pilotos no transcorrer da corrida. Durante a noite e horas antes da largada, foi providenciado um recapeamento de emergência, uma situação um tanto quanto inusitada, que provocou apreensão e protestos entre os pilotos. Mesmo com asfalto defeituoso, os 20 carros largaram e vimos como uma corrida com previsão de ser problemática transformou-se em um verdadeiro corridão...
  • A largada transcorreu sem problemas. Hamilton manteve a ponta. Kubica e Raikkonen disputaram a segunda posição, mas o polonês levou a melhor. Rosberg, Alonso e Massa seguiram os líderes. Ao contrário do que se esperava, nenhum incidente aconteceu nas primeiras voltas;
  • A prova transcorria normalmente até a primeira entrada do Safety Car, na volta 17. Duas voltas depois, os 7 primeiros colocados aproveitaram a presença do SC e rumaram juntos para os pits. Kubica e Raikkonen saíram colados e pararam esperando a abertura dos boxes. Porém, Hamilton não viu a luz vermelha e acertou em cheio a traseira de Raikkonen. Os líderes do campeonato estavam fora da disputa;
  • Com isso, houve um verdadeiro reviravolta na pista. Quem não foi para os pits, se deu bem e ficou na frente. Barrichello chegou até a andar muitas voltas na liderança. A esta altura, o resultado do GP do Canadá era totalmente imprevisível;
  • Com a saída do Safety Car e as paradas nos pits dos pilotos que faltavam, Robert Kubica assumiu a liderança da corrida, seguido por seu companheiro de equipe, Nick Heidfeld. Alonso aparecia de forma surpreendente na terceira posição, porém mais uma vez foi traído pelo câmbio da sua Renault, abrindo caminho para o pódio de David Coulthard;
  • Massa fez uma corrida de recuperação após problemas no seu primeiro reabastecimento. Terminou em 5º e protagonizou um dos momentos mais bonitos da prova, ultrapassando, na mesma manobra, Kovalainen e Barrichello. Ao contrário de Felipe, Piquet novamente decepcionou, abandonando mais uma vez. Quem vem em uma maré de sorte é Barrichello, que até apareceu na liderança da prova, mas seu Honda só permitiu que conquistasse um 7º lugar;
  • A vitória de Kubica colocou o polonês na liderança do campeonato. Massa e Hamilton dividem a vice-liderança com 38 pontos. Raikkonen caiu para terceiro com 35 pontos. Em 3 corridas, a temporada teve 3 líderes diferentes...

Pontos Positivos:

  • BMW: em uma só prova conquistou a primeira vitória e a primeira dobradinha. Desde o início da temporada tem se mostrado capaz de alfinetar o Olimpo da Ferrari e já deixou a McLaren para trás faz tempo. Só estava faltando mostrar para todos que era capaz de vencer. Venceu...
  • Coulthard e Barrichello: Quando todo mundo já estava achando que eles iam jogar bocha e pendurar os capacetes, eles renascem. Barrichello andando bem em uma pista claramente desfavorável para seu carro. Coulthard, finalmente afastado de confusões na pista, e mantendo um bom ritmo na corrida. Resultado? 2 pontos para um, um pódio para o outro. A fila do INSS perde mais dois candidados a aposentadoria.
  • Heidfeld: Ele parecia morto no campeonato... mas no Canadá resolveu acordar e mostrou paciência e tranquilidade para tirar o melhor de sua BMW. É o próximo da fila para conseguir a primeira vitória na F1.
  • Glock: Depois de visitar de forma assídua a sessão cata-tatu e roda bahiana, o menino se regenerou e migrou para os destaques da prova. Hoje, conduziu de forma firme e persistente e acabou chegando em 4º.

Marretadas

  • Asfalto: Espera aí, parem as máquinas!!! Como assim, metem máquina para recapear a pista faltando 90 minutos para a largada??? Os serviços deveriam ter sido feitos muito tempo antes da corrida. Os pontos recapeados são pontos de frenagens bruscas e qualquer alteração no asfalto pode significar perda de controle do carro. Os pilotos correram riscos pilotando em uma pista com pontos de asfalto esfarelento, parecendo uma farinha. Foi triste de ver que no 30º ano de aniversário do GP do Canadá em Montreal, a pista de Gilles Villeneuve apresente sinais sérios de negligência... Ah, se fosse aqui...
  • Kovalainen: o Heikki é bom piloto. Tem se classificado bem, não erra muito... mas acontece alguma coisa com ele durante a corrida que ele simplesmente não pontua. Larga entre os primeiros e passa a corrida inteira lutando lá atrás. Algo acontece no frigir dos ovos e Heikki vai lá para trás e não volta para frente... Inexplicável!
  • Rosberg: foi uma pena, mas jogou fora as chances claras de pódio que tinha ao ir na onda de Hamilton e ignorar o sinal vermelho de saída dos pits. Fez ótimos tempos na sexta e no sábado, colocou o carro em 5º no grid mas fez bobagem, terminou em 10º e com 10 posições a mais na corrida que vem como punição.
  • Wall of champions: já não é mais o mesmo. Já não vive mais os dias de glória como aquele em que 7 pilotos deram bitocas nele, entre eles 2 campeões do mundo. Anda perdendo espaço para uma curva com asfalto de farinha e um certo sinal na saída dos pits... As coisas já não são mais as mesmas no Canadá.

Troféu Navalha : Lewis Hamilton
Os prêmios Cata-tatu e roda bahiana foram trocados por motivos evidentes pelo troféu navalha. Isto porque a barbeiragem de Hamilton na saída dos pits foi das grossas. Foi fruto de afobamento. Parecia alguns motoristas aqui de Brasília, quando introduziram a lei de parada na faixa de pedestres na cidade. Quase todo mundo por aqui teve seu dia ou de Hamilton ou de Raikkonen. Engraçado que Rosberg também saiu todo afobadinho e fez um engavetamento daqueles. No centro de São Paulo, na hora do rush, isto causaria um engarrafamento de uns 200 km.

Troféu F1-V8: Robert Kubica
Há um ano atrás, no mesmo GP do Canadá o mundo inteiro assustou-se com uma BMW que se espatifava contra o muro e voltava destruída para a pista. A única coisa visível era um capacete laranja, que todos identificaram prontamente como o de Robert Kubica. Poucos acreditaram que de uma batida tão violenta alguém pudesse sair vivo. Mas o piloto polonês saiu de lá com apenas um pé torcido. Então passaram a chamar o acontecido de "milagre". Mas o "milagre" ainda não estava completo. Renascer ao sair de um acidente tão violento certamente é uma dádiva. Voltar ao mesmo local 1 ano depois, sacudir a poeira, superar o trauma e conquistar a primeira vitória da carreira na mesma pista, isso sim é MILAGRE.

Perguntas instigantes:

Kubica, Hamilton, Massa, Raikkonen... Quem vai levar a melhor?

Esta temporada está mais disputada que a anterior?

sábado, 7 de junho de 2008

Tudo sobre - GP do Canadá

O circuito
Nome: Circuit Gilles Villeneuve
Distância: 4,361 km
Número de voltas: 70
Recorde de volta: 1m13.622s (Rubens Barrichello, Ferrari, 2004)
Pole em 2007: 1m15.707s (Lewis Hamilton, McLaren)


O circuito onde é disputado o GP do Canadá é especial. Incrustrado em um parque na Ilha de Notre Dame, ofererce uma vista diferente para quem está acostumado aos autódromos convencionais mundo afora. Esta pista reúne características típicas de circuitos de rua: curvas de baixa velocidade e asfaltamento problemático. Apesar das curvas travadas, a pista da cidade de Montreal está longe de ser lenta, figurando entre as mais desafiadoras da temporada.


Do ponto de vista técnico, o circuito de Montreal está entre os mais exigentes para os carros. Com 6 longas retas de alta velocidade, com velocidade máxima em torno dos 320 km/h, os carros apresentam a configuração de pouca asa, para minimizar o arrasto nas retas. Assim, os bólidos ficam leves para guiar, entretanto um tanto quanto nervosos nas frenagens e retomadas. Nessas horas, o controle de tração pode fazer falta. Como todo circuito de alta velocidade os motores são muito exigidos. Nesta pista em particular, há um trecho de 14 segundos em aceleração plena. Entretanto, nenhum outro componente do carro sofre mais que os freios. Em Montreal as frenagens são bruscas e ocorrem em reduções severas de velocidade. Por isso, as equipes têm que se preocupar com o desgaste dos discos de freios durante a prova.


A mistura de seis retas e curvas de baixa são um grande desafio técnico para os pilotos. Além de ser uma pista naturalmente difícil, as áreas de escape são mínimas, ou seja, errar quase sempre significa MURO. Os pilotos têm que ficar atentos em diversos pontos da pista. Porém, a área de maior dificuldade é a que se inicia no hairpin, onde Robert Kubica bateu vilentamente no ano passado. Os problemas começam na curva L'Epingle, um grampo de baixa velocidade, contornado a míseros 56 km/h. Em seguida vem a reta do Cassino, onde os carros chegam a alcançar 320 km/h. Logo depois vem a frenagem brusca para a chincane que leva ao Wall of Champions, o muro já foi beijado por muita gente boa de roda. O princpal problema desse ponto é a aproximação. Os carros saem da Cassino em altíssima velocidade para fazer as duas pernas de chincanes. Nelas, as zebras são altas e se o piloto bobear na redução de velocidade para a primeira chincane, passa reto na segunda e é catapultado diretamente para o muro dos campeões. Todos os anos alguém fica por ali. Será que neste ano as coisas serão diferentes?

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Salut, Gilles!



Às vésperas do GP do Canadá, é inevitável não lembrarmos de um dos mitos da F1: o piloto Gilles Villeneuve. E justamente nesta temporada, fazem 30 anos que Gilles venceu sua primeira corrida na Formula 1, em casa.

Não é à toa que a linha de chegada da pista localizada em Montréal traz uma saudação a ele. Nesta pista ele fez verdadeiras "misérias" em sua curta carreira na F1. E pensar que a vida do canadense nas pistas começou em disputas em motocas que correm na neve, os snowmobiles. A chegada à F1 foi considerada um pouco tardia, aos 27 anos em 1977. Assim que chegou lá, conquistou a admiração de Enzo Ferrari, que logo o chamou para pilotar um de seus carros.
Em 8 de outubro de 1978, Gilles conquistou a sua primeira vitória na F1, em casa, na mesma pista de Montréal em que veremos a corrida de domingo. Largou da terceira posição, e conduziu sua Ferrari 312 T3 à vitória diante de 70.000 torcedores extasiados.


Outra corrida marcante de Villeneuve em Montréal aconteceu em 1981. Largando da 11ª posição, o piloto enfrentou, além da forte chuva que desabou sobre a Ile de Notre Dame, uma asa dianteira que quebrou logo nas primeiras voltas. Driblando a falta de visibilidade pela chuva e pelo aparato quebrado, Gilles continuou acelerando até que a asa dianteira quebrou-se por inteiro e levou sua Ferrari avariada ao pódio (3º lugar).



Gilles Villeneuve nunca foi campeão da F1. Também não foi um gênio das vitórias conquistadas, que foram apenas 6 em cinco anos de carreira. Entretanto, fascinou muitos dos que o viram correr e as histórias de seu jeito destemido de pilotar continuam conquistando fãs em todo o mundo. Gilles, quando entrava em um carro, parecia fundir-se com ele. Pilotava sem medo, acelerando até o fim, explorando todo o potencial que sua máquina poderia oferecer. Esperamos que neste domingo, ao passarem pela mensagem Salut Gilles, os pilotos da Fórmula 1 atual possam se recordar deste grande piloto e nos proporcionar uma bela corrida...