sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Red Bull F1 em Brasília - parte IV



Depois das emoções do GP da China, vams terminar nosso relato sobre o dia da Red Bull em Brasília. Lá se vão 2 semanas, mas às vesperas do GP Brasil de F1 esse encontro com um carro da categoria tornou-se ainda mais especial.
Na parte III terminamos o relato do evento oficial, que foi um arraso! A Praça dos Três Poderes, infelizmente famosa pelos escândalos de políticos que lá trabalham e não honram nossos votos, ganhou um companheiro com contornos à sua altura: linhas arrojadas, modernas e geniais. Depois de praticamente torrar no típico sol do Planalto Central, forçamos um convite (graças à Tathy Akemi e Ana Luísa!!) para o dono da equipe para realizarmos uma visita à sede da Amir Nasr Red Bull, local de repouso do carro da Red Bull em Brasília.
Convite feito, tivemos tempo apenas de engolir um almoço de qualquer coisa, comprar pilhas para as câmeras e partirmos rumo ao autódromo. Lá, na sede da equipe fomos recebidos pelo engenheiro Fabiano Archer, que nos deixou bem à vontade para observarmos o trabalho dos mecânicos da Red Bull.
Este foi um dos melhores momentos. Após a apresentação, a "fera" foi totalmente revisada. Eles olham tudo: câmbio, motor, freios... trocam óleos, retiram combustível, repõem fluido de freio. Tudo isso para deixar a máquina prontinha para a apresentação seguinte, em Buenos Aires. Quando chegamos, o carro estava sem o Bodywork e os mecânicos revisavam a parte traseira do carro: câmbio, amortecedores, suspensão. Algo que nos impressionou foi a sincronia dos mecânicos no trabalho e também a organização. Os armários de ferramentas são totalmente organizados, cada coisa em seu lugar. Cada chave, cada parafuso, cada instrumento de medição tem seu lugar e gaveta específicos. Nem um fio de vabelo pode ser guardado no lugar errado. Muito diferente dos meus tempos de Fórmua SAE, quando as ferramentas pareciam ter pernas e asas. Elas simplesmente decolavam, saiam correndo e desapareciam. Só quem não sumia era a "sexta-feira" uma marreta totalmente essencial durante a construção do nosso carro. Essa ferramenta era disputada a tapas nas nossas intermináveis noites fazendo um carro de corrida. (Outro dia conto direito esta história...)

A equipe de mecânicos é bem sincronizada, cada um tem sua função definida e desempenha seu papel com rapidez. À primeira vista eles nos pareceram um pouco pedantes e modorrentos. Não olham na cara de ninguém e pouco falam uns com os outros. E, é claro, estranham as caras de bobos que nós, amantes de Fórmula 1, fazemos diante do carro. O trabalho segue rápido, eficaz e limpo. Olhando as fotos, a nossa irmã mais velha (a F1-V8 master) disse que nem seu instrumental cirúrgico é tão organizado... Em poucos minutos, todo o trem traseiro está revisado e montado. Mais alguns instantes, os freios estão revisados e o fluido está reposto. E nóss, fotografando tudo, que nem japonês de férias.


Até que percebemos uma certa movimentação. Os mecânicos recolocaram o óleo no motor, colocaram um pouco de gasolina. Pegaram o bastão de dar partida... ELES IRIAM LIGAR O MOTOR!!!! Terror e pânico!! Todos nós sacamos câmeras, celulares e o que mais fosse possível para registrar este momento único! Quando deram a partida no motor... Bom, o video exolica melhor que qualquer palavra:


I-N-C-R-I-V-E-L!!! O motor Renault falou alto e arrepiou todo mundo... (detalhe das línguas de fogo saindo do escapamento...) Já fui em GP ao vivo, mas estar ali, de pertinho, sentindo o barulho da máquina voi de matar!! No final só não fizemos Uhhuuuu e aplaudimos porque o mico seria grande demais!

A partir daí, rapidinho eles finalizaram a revisão e montaram o carro novamente. E observando que estávamos completamente sedentos por fotos do carro, nos deixaram com a máquina enquanto terminavam de arrumar as ferramentas para a viagem. Foi como entregar farofa para esfomeados!! Rapidamente estávamos todos nós, fotografando babando o carro (sem sujar nada, é claro, pois eles deixaram o carro tinindo de limpo!!). Acho que juntos, tiramos umas 1000 fotos. De todos os ângulos, todas as poses, com todas as combinações de pessoas! Ficamos lá uns 40 minutos, só fotografando, olhando, babando ...

Algum tempo depois foi a hora da despedida... Os mecânicos fizeram o roll out do carro e lá se foi nosso objeto de desejo rumo à Argentina...

No final, a Anna Paula deu a melhor definição para o nosso sábado com a Red Bull... "Foi o presente de dia das crianças que sempre pedimos para o Papai do Céu, né??"

Equipe F1-V8 e a máquina
** Agradecimentos: ao amigos Anna Paula, Ana Luísa, Tathy, Jana e Rodrigo por compartilharem a aventura. (agora oficialmente colaboradores do F1-V8) Ao Amir Nasr e Eng. Fabiano Archer pela gentileza e disponibilidade.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

GP da China: Hamilton em vantagem


A penúltima corrida da Fórmula 1 em 2008 já guardava o suspense. Ou daria nome ao campeão de 2008 ou erolaria mais a situação no campeonato e teríamos uma decisão na última etapa. A chegada à China não foi das mais tranquilas. Ainda sofrendo de uma certa ressaca do GP do Japão, os pilotos mostravam claro descontentamento com as atitudes de Lewis Hamilton em pista. Por isso, essa corrida ganhou ares de "todos contra um" e o que praticamente nenhum piloto (e fãs brasileiros) queriam ver era o inglês sagrando-se campeão por antecipação.
Apesar da torcida contra, Hamilton cumpriu o seu papel. Fez os melhores tempos nos treinos livres de sexta e no sábado conseguiu bater Felipe Massa e largar na pole. Ao brasileiro restou contentar-se com a 2ª fila do grid. O prognóstico era dos melhores para Hamilton, entretanto, tanto ele quanto Massa tiveram que fazer corridas seguras, pois qualquer erro significaria entregar o caneco de mão beijada para o outro. Assim, ninguém arricou muito em Xangai:
  • Todos esperavam tempo chuvoso para o domingo, assim como ocorreu no ano passado. Entretanto, apenas uma densa camada de fog típico chinês pairou sobre o autódromo. Ainda assim, as equipes ficaram de sobreaviso, esperando uma chuva que não veio;

  • A largada estampava o mesmo cenário do Japão. Hamilton e Raikkonen disputando a ponta. Havia toda a expectativa para saber se os dois se enrolariam novamente, mas tudo correu bem, com Hamilton assumindo a ponta e abrindo vantagem em relação a Raikkonen e Massa;

  • Nas primeiras voltas o destaque da prova ficou com a dura disputa entre Alonso e Kovalainen. O espanhou não dava folga ao piloto da McLaren, arriscando tudo e conseguindo a ultrapassagem de forma sensacional, pelo lado de fora da curva, sem chances de troco para o finlandês. O único acidente na largada (sem a presença de Coulthard) foi o choque entre Trulli e Bourdais;

  • Enquanto isso, lá na frente Hamilton abria boa vantagem em relação às Ferrari. Raikkonen e Massa só conseguiram andar na balada do inglês quando ficaram mais leves, próximos às paradas para reabastecimento. Com tanque cheio, o rendimento de Raikkonen e Massa era visivelmente inferior;

  • A partir daí a corrida virou um carrossel de carros de F1. Com poucos pontos de utrapassagens e curvas em formato de caracol, ninguém conseguia encostar em ninguém. As alterações de posições aconteceram somente por estratégias diferenciadas que deram certo, como no caso de Timo Glock.

  • Com posições ainda inalteradas, foi a vez da Ferrari fazer valer seu jogo de equipe. A partir do segundo pit stop, Raikkonen levantou o pé e permitiu que Felipe Massa encostasse e realizasse a ultrapassagem para ganhar o segundo lugar. Assim, os três primeiros receberam a bandeirada. Acompanhados de Alonso, Heidfeld, Kubica, Glock e Piquet.

  • Com o resultado, o mundial será decidido no Brasil daqui a 2 semanas. Felipe Massa está a 7 pontos de Lewis Hamilton, que com apenas uma 5ª posição pode garantir o caneco. Contam a favor do inglês a vantagem em pontos e também o fato de que a McLaren tem apresentado um carro com excelente desempenho. Contudo, Massa terá a vantagem de correr em casa, com torcida a favor e não se pode esquecer que Raikkonen tirou a mesma diferença em 2007 e foi o campeão.
Marretadas
  • Corrida: esta foi de matar de sono. Depois de uma sequência de provas eletrizantes e surpreendentes que colocaram fogo no Mundial, o GP da China foi um balde de água fria. A pista larga com aquelas curvas parabolóides e caracolóides matam qualquer um de tédio. Até a forma com que os pilotos estavam guiando dava a impressão de que eles também estavam entediados;
  • Kovalainen: Mais uma vez o fnlnadês deixou a desejar. Heikki tem mostrado um desempenho muito fraco, com atuações apagadas, piores até que em seu ano de estréia. Algumas vezes mostra lances de habilidade, entretanto parece sofrer do mal que assolou Raikkonen durante boa parte do ano. Ontem, sofreu com um pneu estourado e um motor em pane, mas já não fazia grande corrida. Kova tem talento, mas precisa ainda de motivação;
  • Ferrari: não soube entregar um carro à altura do desafio que tem pela frente. Enuanto conjunto e projeto o F2008 é claramente superior à McLaren. Entretanto, nem Massa nem Raikkonen, dois grandes pilotos têm conseguido explorar tudo de seu bólido. Na China, os carrinho vermelhos sofreram com instabilidade em frenagem e com tanque cheio. Padeceram por cinqenta e tantas voltas e nem fizeram sombra para Hamilton. Se não corrigirem esses problemas, nem precisam aparecer pra correr no dia 2 de novembro...
Pontos Positivos
  • Alonso: é o nome do fim da temporada. Marcou mais pontos que os líderes desde o GP de Valência e tem feito grandes atuações. Mostrou que, mesmo sem disputar o título ainda é o piloto mais completo na pista. A ultrapassagem sobre Kovalainen na primeira volta foi o grnade lance do GP da China;

  • McLaren: fez a lição de casa e entregou um carro redondinho nas mãos de Hamilton e Kovalainen. Tanto que o inglês não teve adversários na corrida e Kova quase ficou com a pole position no sábado. Vai apostar tudo em Interlagos e jogará todas as suas fichas no GP do Brasil;

  • Massa x Raikkonen: são a dupla que mais dá certo na F1, com certeza. Podem até não ser os melhores amigos, mas são leais um com o outro. Raikkonen, apesar de negar até a morte, não esqueceu o favor recebido de Felipe para a conquista de seu título em 2007 e tem feito um papel de escudeiro até maior do que se esperava dele. Já Felipe Massa tem o privilégio de contar com um escudeiro campeão do mundo. A troca de posições realizada na China mostra que a dupla está afinada. Nessas horas, pensamos: e se no lugar de Raikkonnen estivesse Alonso????

Troféu cata-tatu: BMW
pode até soar meio forte a indicação deste prêmio à BMW, mas é válida. Geralmente reclamamos que Kimi Raikkonen é acostumado a dormir nas corridas, mas desta vez temos que reconhecer que a BMW bobeou em muitos lances em 2008. Não fazendo as trapalhadas da Ferrari, mas pelo fato de não ter acreditado que poderia realmente desempenhar o papel de 2ª força na categoria. A atuação da equipe pareceu em alguns momentos apática e sem vontade, como se as chances de Kubica conquistar o título, apesar de remotas, não fossem reais. Faltou luta à BMW, faltou sangue para corrigir algumas falhas pequenas, faltou colocar a faca nos dentes e correr atrás dos pontos. A frieza alemã acabou apagando as chances de brilhar de verdade.

Prêmio F1-V8: Lewis Hamilton
Teve atuação impecável na corrida e também em todo o fim de semana. Mostrou que está focado para conquistar o título e deixar para trás os erros do ano passado e do início desta temporada. Correu sozinho na China e agora está com 1 mão e 2 dedos na taça de campeão do mundo. Mas, mesmo que ganhe em Interlagos, para provar que é um piloto completo, ainda precisa aprender a interagir com outros carros na pista, sem fazer bobagens ou estragando a corrida alheia.

Dúvidas pertinentes:

Felipe Massa ou Lewis Hamilton??


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Red Bull F1 em Brasília - parte III


Passadas as movimentações do GP do Japão de Fórmula 1, é dia de (finalmente) falar do sábado em que os políticos do Congresso Nacional e seus escândalos cederam lugar para um motor Renault V-10 escandaloso que levou nada menos que 85mil brasilienses ao delírio!

O dia começou cedo. Depois de acompanhar o treino classificatório cochilando (misturando sonho, pesadelo e realidade), despertamos antes do sol nascer e rumamos para a Esplanada do Ministérios. Quando chegamos lá, foi bom ver que já estava tudo pronto. Uma arquibancada montada para os VIP's (em Brasília, até fila de banheiro de rodoviária tem um camarote VIP), as marcações de curva no circuito, as grades separando o público da pista. Estávamos andando pelo gramado, encontrando os amigos que estariam lá com certeza (Jana, nossa irmã postiça que foi com a gente, Fabrício, e família Dias - autoentitulados parentes mineiros de um certo Fernando Alonso Díaz...). Ainda discutindo onde seria a melhor posição para acompanhar a "passagem" da máquina da Red Bull, avistamos uma tenda com um monte de gente aglomerada e com os queixos caídos. Pelas expressões, soubemos que a "máquina" só poderia estar por lá. Foi emocionante ver o F1 tão de pertinho e os mecânicos trabalhando no carro para mandá-lo à pista. Ao lado, os carros da Stock Car que também desfilariam no Eixo Monumental. Demos sorte, pois poucos minutos depois ligaram o motor e ouvir o ronco do V-10 da Renault de 2006 foi de arrepiar! (o vídeo será postado aqui em breve!).














Este foi apenas um aperitivo do que ainda estava por vir!! Para não morrermos de ansiedade, decidimos passear pela Esplanada, afinal, passamos por lá quase todos os dias e ficar imaginanado que nesta pista onde pegamos cotidianamente engarrafamentos chatinhos (em Brasília as avenidas são largas e o trânsito ainda flui) um carro de Fórmula 1 rasgaria as retas sem fim da capital. As pessoas chegavam e percebíamos algo que é comum nos brasilienses: a paixão pela velocidade.










Foto city tour, uma briga de "touras" e equipe F1-V8 no centro do poder!


Até o Super-Homem apareceu por aqui!

O evento iniciou-se com um desfile dos motociclistas de Brasília (se soubesse, teria descolado uma moto e ido também). Eles nem conseguiam desenvolver velocidade, pois tinha uns 123589874416 de motos desfilando (aqui vendem-se como se vende água). Em seguida, foi a vez dos carros antigos tomarem conta do circuito. Tinha até um Puma GT Rosa (lembrei do Ron Groo e de sua “amizade” com o Nico Rosberg). Passado esse momento, tensão cresceu e foi a vez dos carros de Stock da Amir Nasr Red Bull levantarem o público já impaciente para o encontro com o carro da F1.


Carro do Nico...

Enquanto o Robert Dickens não assumia o controle de seu Red Bull, recebemos uma ligação de casa. Era a nossa mãe, perguntando pelo trecho de descida que liga o Congresso Nacional e a Praça dos Três Poderes. Ela estava preocupada com a manutenção do seu “recorde” no trecho. Bom, eu explico. Em 1978, meses após tirar a carteira de motorista, antes das fiscalizações eletrônicas dos “pardais” e das severas leis de velocidade nas cidades, nossa Mamãe resolveu dar um passeio com sua recém-comprada Caravan (fruto de anos e anos de economia dela e do nosso pai). Caravan na mão, acelerador macio, a mamãe empolgou-se com as retas, colocou 140km/h na bichinha, não conseguiu frear antes da descida e foi com tudo rumo à Praça dos Três Poderes. Depois do susto, ficou o orgulho de ter passado dos 140 km/h no meio da cidade (ainda hoje me pergunto como uma mãe de uma filha de 2 anos faz um serviço desses!) Depois de ouvir MUITO do meu pai (que também estava no carro com a nossa irmã mais velha no colo), ela saiu por se vangloriando dos seus feitos automobilísticos. No dia da apresentação da Red Bull ela estava arrasada, pois sabia que sua marca de 30 anos seria finalmente superada!

E não demorou pouco para a máquina ir para a pista. Logo escutamos aquele barulhinho familiar rasgando a Esplanada! Em um piscar de olhos o carro já estava na descida para a Praça dos Três Poderes. O povo gritava extasiado! Escutamos só o barulho das reduções e logo vinha ele, subindo no sentido contrário e passando bem na nossa frente! Incrível! Maravilhoso! As pessoas gritavam, pediam os famosos zerinhos! E lá se foi o carro, para mais uma volta!






Foto: Janaína Rosa

Ao todo, foram 10 passagens pelo circuito improvisado. Com direito até a escolta dos carros da Stock Car... Era máquina para ninguém botar defeito! Ficamos em um ponto perto do posto da imprensa, em frente ao Congresso Nacional, lugar propício para paradinhas estratégicas e os famosos “burn-out” dos pneus. Na última volta, Robert Dickens arriscou os zerinhos, levando a galera ao delírio!!

Foto: Janaína Rosa


As grades não foram suficientes para segurar a empolgação do povão, que invadiu a pista e recebeu o jovem piloto do Canadá como um verdadeiro ídolo! (Pela cara dele, percebe-se que ele mal acreditava no que estava acontecendo)...

Nesta hora, encontramos duas amigas da Engenharia Mecânica: Tathy e Ana Luísa. As duas, mais empolgadas que todo mundo, foram, juntamente com a Jana, colaboradoras chave na realização deste especial no blog. Jana contribuiu com suas fotos e animação. Tathy e Ana com seu networking, já que tiveram “as caras” de chamar o Amir Nasr em pessoa e perguntar se ele lembrava de nós dos tempos em que participamos da construção do nosso modelo de Formula-SAE (manufaturado no galpão ao lado da sede da Amir Nasr Racing). Ele foi bem receptivo e sem deixá-lo respirar, a Tahty disparou: o carro da Red Bull está na sede da sua equipe? A gente pode passar lá hoje? Meio sem ter o que responder ele disse que sim, então seguimos felizes e contentes para o presente de dia das crianças que todas nós pedimos a Deus!!!

Bom, mas isso é assunto para o próximo post! Esperem, as fotos e vídeos são de arrepiar!!

domingo, 12 de outubro de 2008

GP do Japão: Alonso brilha outra vez


A Fórmula 1 chegou ao Japão na expectativa de definição no Mundial de pilotos. Após o apagão sofrido pela Ferrari no GP de Cingapura, Lewis Hamilton teria agora a chance de ampliar a vantagem sobre o Felipe Massa. E começou muito bem, garantindo a pole possition e vendo o brasileiro largar apenas na 3ª fila. Entretanto, esta foi a vez de Hamilton padecer no limbo das trapalhadas 2008...
  • A previsão de chuva forte não se concretizou. Apesar do tempo frio e encoberto, os pilotos não precisaram enfrentar o dilúvio de 2007, quando mal conseguíamos enxergar as imagens transmitidas pela TV;
  • A largada foi um tanto quanto atribulada para os ponteiros. Hamilton foi ultrapassado por Raikkonen, com quem dividia a primeira fila. O finlandês, que não tinha nada a perder, foi agressivo, acelerou tudo o que pode e conseguiu assumir a liderança, mas antes mesmo da primeira curva, foi travado por Hamilton e acabou caindo muitas posições;
  • O inglês , no entanto, não conseguiu manter-se na pista e acabou perdendo posições assim como Massa. Kubica e Alonso mantiveram a aceleração e assumiram a liderança da prova, seguidos de Kovalainen que na volta 16 teve problemas de motor e abandonou;
  • Um duelo direto entre os líderes do campeonato aconteceu logo na 2ª volta. Hamilton e Massa se encontraram na pista, disputando a 7ª colocação. O resultado não foi bom para nenhum dos dois: na manobra de ultrapassagem, Massa colocou metade do carro fora da pista e acabou tocando Hamilton que rodou e voltou na última colocação;
  • Logo em seguida, os comissários da FIA começaram a trabalhar. Drive through para Hamilton por ter cortado Raikkonen na largada e para Massa, por ter espremido Hamilton a curva 11 da segunda volta. Assim, os ponteiros do campeonato saíam definitivamente da zona de pontuação;
  • Com tantas movimentações e estratégias diferenciadas de pit-stops, vários pilotos se revezaram na liderança. Com a parada de reabastecimento de Robert Kubica e Alonso, Trulli, Piquet e até Bourdais chegaram a liderar o GP do Japão. No pelotão de "pelada de F1", Massa e Hamilton tentavam tirar o prejuízo sofrendo para ultrapassar Button, Barrichello, Fisichella & Cia;
  • Após o reestabelecimento das posições, eis que aparece Fernando Alonso na ponta. O espanhol conseguiu tirar a diferença para o líder Kubica durante sua parada e liderou a prova de forma soberana. Massa, em sua perseguição à zona de pontuação, acabou envolvendo-se em um incidente com Bourdais e quase acabou com sua corrida. Enquanto isso, Nelson Piquet tirava proveito de sua estratégia diferenciada e figurava entre os 5 primeiros;
  • Alonso levou a bandeirada em primeiro, confirmando sua boa fase. Robert Kubica cruzou a linha de chegada em 2º seguido por Kimi Raikkonen. Nelson Piquet viu sua boa atuação render-lhe a 4ª colocação. Após punição de Bourdais pelo incidente com Massa, a zona de pontuação foi completada por Trulli, Vettel, Massa e Webber. Hamilton chegou apenas na 12ª colocação.
  • Agora a siituação do campeonato está ainda mais apertada. Hamilton e Massa estão separados por 5 pontos. Kubica ainda tem chances remotas e está a 12 pontos do líder. Ao que tudo indica, o sonho de Massa de trazer a decisão para o Brasil ainda está de pé.

Marretadas

  • Hamilton x Massa: a decisão do campeonato pesou para os dois. Cometeram erros infantis por pura afobação. Tiveram oportunidades incríveis de jogar o campeonato fora por bobagens e estão sendo ofuscados nessas últimas corridas pela estrela de Fernando Alonso. Sorte a deles que nem o espanhol, nem Raikkonen estão com pontos suficientes para ameaçá-los. Se continuarem assim, ainda podem ser surpreendidos por Kubica.

  • Honda: aparece cada vez mais capenga e ainda se acha no direito de fazer charme para anunciar seu pilotos em 2009. A equipe japonesa tem nome, gente e dinheiro para fazer um carro, no mínimo, decente. Mas não o faz. E ainda quer fazer doce na hora de escolher entre Barrichello e Senna. Ninguém merece.

  • McLaren: não foi o dia deles em Fuji. Após a boa apresentação nos treinos de sexta e sábado, o caldo desandou no domingo. Hamilton atrapalhou-se e foi punido. Já Kovalainen sofreu o primeiro problema mecânico nda equipe na temporada e ficou a pé. A Ferrari aproveitou a deixa e reassumiu a liderança do Mundial de construtoores.

Pontos positivos:

  • Renault: parece acordar de um pesadelo. Após um início de temporada desastroso, com um carro visivelmente fraco, a equipe francesa começa a reagir e mostrar uma certa evolução em corridas. Venceu sua segunda prova consecutiva e hoje ainda viu Nelson Piquet terminar bem a corrida graças à uma estratégia sob medida para as suas condições. Apesar do bom resultado, o brasileiro continua com a corda no pescoço e tendo pesadelos diários com Lucas di Grassi e Romain Grosjean que são cotados para substituí-lo.

  • Kimi Raikkonen: após 4 corridas de infortúnios, Raikonen finalmente fez boa apresentação. Largou na frente e fez ótima saída antes de ser cortado por Hamilton. Andou forte a corrida inteira e descolou um pódio. Mas ainda parece apático em certos momentos, como por exemplo, quando duelou com Kubica pela 2ª posição.

  • Robert Kubica: mais uma vez foi constante e pilotou de forma consciente. Se a BMW demonstrasse que acredita firmemente nas possibilidades do polonês no campeonato, ele poderia dar mais trabalho a Hamilton e Massa na disputa pela liderança. Mas o que se vê é uma BMW apática e que luta "maios ou menos" pelo campeonato. Talvez seja pelo fato de que se Kubica sagrar-se campeão, terão que aumentar o salário do moço, que em termos de F1 é uma miséria.

Troféu cata-tatu: David Coulthard

Mais uma vez, David envolveu-se em uma confusão durante a corrida. Desta vez enroscou-se com Nakajima logo na largada. Resultado? Rodada, carros fora da pista, asa dianteira voando e pancada no muro. Pouco importa de quem foi a culpa. O mais importante é que novamente o escocês se envolveu em um acidente, já foram inúmeros nesta temporada. Os comissários nem punem Coulthard mais, ele é uma espécie de "café-com leite". Sinceramente, achamos que David merecia um fim de carreira menos melancólico.

Prêmio F1-v8: Fernando Alonso

Pela segunda vez consecutiva Fernando Alonso subiu ao alto do pódio. E dessa vez a vitória não foi conquistada por infortúnio alheio. O espanhol largou em boa posição e manteve-se sempre entre os primeiros. Graças à uma boa estratégia de paradas nos boxes, conseguiu roubar a posição de Kubica. Mais uma vez Alonso teve uma apresentação impecável, andando livre e solto na liderança, ofuscando Hamilton e Massa no final do campeonato. Neste momento, os pilotos da Ferrari e McLaren devem estar agradecendo o fato de Fernando não ter um carro competitivo em suas mãos, caso contrário, a história do campeonato estaria um pouco diferente.

Perguntas instigantes:

"Os resultados de Alonso são condizentes com a evolução do carro da Renault?"

"As punições a Hamilton e Massa foram justas?"

sábado, 11 de outubro de 2008

Red Bul F1 em Brasília - parte II

Um sábado para guardar na memória e contar para os netinhos. Fórmula 1 na nossa cidade, fanáticos por automobilismo indo à loucura, burn-outs, zerinhos em frente ao Congresso Nacional, ouvir a saúde do motor V-10 Renault de pertinho e no final, para completar, uma visita exclusivíssima do F1-v8 & colaboradores à sede da equipe de Stock Car Amir Nasr, a casa da máquina em Brasília. Fora isso, mais de 800 fotos de todos os ângulos possíveis e imagináveis de um carro de F1... E vídeos-surpresa do evento, que os levarão à loucura!

Aguardem, nossa primeira cobertura in-loco não vai decepecionar ninguém...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Red Bull em Brasília parte I

Pois é pessoal, como prometido o carro da Red Bull já está em Brasília!
E, como não poderia ser diferente, nós já estamos seguindo o bólido em suas apariçoes pela cidade.
Ontem, ele esteve exposto durante todo o dia em um Shopping aqui de Brasília, o Conjunto Nacional. Obviamente, chegamos antes da abertura do Shopping para o público, para escapar do tumulto que foi o restante do dia e conseguimos algumas fotos (desculpem pela qualidade, mas fomos pegas de surpresa e fotografamos com as câmeras dos celulares):


O mais interessante nestes eventos é a reação das pessoas diante de um carro da Fórmula 1! Todos queriam fotografar e serem fotografados perto dele. As pessoas já nem estavam ligando se chegariam atrasadas ao trabalho ou não, o que elas queriam era tirar uma "casquinha" do carro da RBR. Obviamente Giselle e eu fizemos o mesmo, afinal, esta talez será a única chance que teremos de vê-lo tão de pertinho...
Hoje será realizado um shakedown no autódromo Nelson Piquet para comemorar os 34 anos da única corrida de Fórmula 1 realizada em Brasília. O modelo da RBR ano 2007, será pilotado pelo canadense Robert Wickens. Hoje à tarde tentarei dar uma "fugida básica" da palestra de métodos estocásticos (afffffff) e partirei rumo ao autódromo para tentar ver mais alguma coisa e quem sabe ouvir a saúde do motor Renault. Se a entrada não for permitida, darei um jeitinho e imitarei meu pai que furou um buraco na grade do autódromo para assistir à vitória de Fittipaldi aqui em 1974! Já a Giselle nem vai precisar de tanta aventura. Ela trabalha no 13º andar em um prédio vizinho ao circuito. Se colar na janela e esticar o pescoço terá vista panorâmica do treino da Red Bull...
Para amanhã a expectativa é grande e espero que a Red Bull tenha armado um grande espetáculo. Partiremos rumo à Catedral logo após o treino classificatório do GP do Japão, para garantir um bom lugar!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

F1 2009: o carro frankenstein


Saiu hoje no site oficial da Fórmula 1. O tão badalado Overtaking Working Group (Grupo de Trabalho de ultrapassagem), que reúne os bam bam bams da aerodinâmica da Ferrari, McLaren e Renault finalizou seus trabalhos e apareceu com novidades para facilitar as manobras de ultrapassagem em 2009. O visual dos carros, é claro, vai mudar completamente. Os trabalhos do grupo foram realizados após testes de simulação numérica (CFD) e no túnel de vento. Assim, chegaram à conclusão que para ultrapassar na F1 hoje o carro de trás tem que estar pelo menos 2 segundos mais veloz que o da frente. O intuito era reduzir esta diferença de tempo entre dois carros e para isso, foram sugeridas as alterações:

1) A asa traseira vai ficar mais estreita. Esqueçam os belos carros com traseiras bonitas e pomposas. Eles terão no máximo uma asinha pequena para diminuir sua influência na corrente de ar

2)A asa dianteira será bem maior e terá ângulo de ataque ajustável pelo piloto, que apertará um botão no volante para regular a variação da asa (em até 6º no total). Porém essa operação o poderá ser realizada no máximo 2 vezes por volta;

3) Todos os aparatos e penduricalhos que vimos este ano (defletores, chaminés, bigornas, orelhas de dumbo, orelhas de coelho, chifres) serão banidos.

Os carros ficarão plasticamente mais feios, entretanto os resultados de simulações numéricas no computador mostram que essas alterações irão melhorar as condições para ultrapassagens. Agora, o que certamente mudará será a forma de pilotar. Os modelos de 2009 serão muito mais complexos. A nova regra dos pneus, o KERS e a asa móvel adicionarão um grau de dificuldade maior na manobra dos carros. Serão botões a mais no volante e muitos fatores que influenciarão nos resultados da pista.

Fora que a F1 dá as boas vindas à aerodinâmica móvel (meu tema de mestrado, à propósito!!). Por isso, nós do blog F1-V8 estamos preparando um especial de férias sobre todos os temas técnicos que devem esquentar nossas discussões ano que vem (aerodinâmica de carros de corrida, aerodinâmica móvel, KERS, CFD, túnel de vento, processos de fabricação, concepção de projetos etc, etc, etc)... Vamos tentar entender esses frankensteins que vão para a pista em 2009!

Raikkonen, o bode expiatório


Após a série bizarra de erros da equipe, a Ferrari parece respirar aliviada. Não, nenhum resultado foi retificado e a equipe italiana ganhou pontos perdidos... O caso se trata de uma das "verdades" mais antigas que existem no mundo da Engenharia (e em outros mundos também): Errar é humano, colocar a culpa em alguém é divino!

E foi o que não demorou a acontecer. Logo depois da apresentação circense protagonizada pela equipe italiana em Cingapura, apuradas as razões das "falhas"e visto o prejuízo ao campeonato, os canhões da equipe e da nada confiável imprensa italiana apontaram para Kimi Raikkonen. Não que estajamos defendendo o finlandês, que realmente faz uma temporada fraca e não pontua há 4 corridas. Mas boatos incríveis e comentários maldosos começam a aparecer nestes dias.

O primeiro deles veio de Stefano Domenicali, que após defender o seu pirulito (sem trocadilhos, por favor!), disparou que a Ferrari tem a OBRIGAÇÃO de fazer 3 dobradinhas em 3 corridas. Logo depois foi a vez de Luca de Montezemolo, que revelou que tem ido ao psicanalista diariamente após o fatídico domingo na Ásia e que Raikkonen tem a OBRIGAÇÃO de melhorar seu desempenho para ajudar Massa. Agora, vem o novo boato, que diz que Raikkonen passou a noite se esbaldando na balada cingapurana (ou cingapurina, cingapurense, whatever) e depois promoveu uma esticadinha com moças de procedência duvidosa em seu quartinho de hotel até o sol raiar. Só que não contava com a presença de Jean Todt, que tentava dormir na suíte ao lado. Daí já sabem o resto... pilotar meio tonto, fim de corrida, fígado intoxicado, cara no muro...

Mas, como já revelamos, esse não é um texto para defender o Iceman. E sim para que a Ferrai pare de se esonder atrás do mau desempenho do atual campeão do mundo para justificar seus infortúnios. Quem deixou a mangueira engatada em Massa? Não foi o Raikkonen (Opa, essa pegou mal)! Quem deu a luz verde antes da hora? Também não foi o finlandês. Assim como não foi o Kimi que liberou o lote de bielas bixadas para os motores das corridas da Hungria e Valência, asssim como não foi ele que cometeu diversos erros na hora de liberar os pilotos para a pista nos treinos classificatórios. Raikkonen também não pode responder pelos problemas nas bombas de reabastecimento, nos escapamentos mal soldados ou nas estratégias medíocres que a Ferrari tem adotado em diversas corridas esse ano.

Está certo, Raikkonen tem lá um perfil fácil de ser criticado. Parece aéreo, às vezes fica um tempão com os olhões claros esbugalhados, pensando Deus sabe lá em quê. Fora que gosta de uma cana, queima o dente de vez em quando. Mas culpar isso integralmente por sua má fase e a de sua equipe é exagero. Assim como é exagero exigir de Massa a vitória como se seus infortúnios fossem todos culpa só dele. Fora que, esquecer o que o Iceman aprontou ano passado é falta de memória muito injusta. Não fosse o título suado e brilhante de Railkkonen, a Ferrari iria encerrar a temporada garfada e vencida por uma equipe que roubara seus planos e por dois pilotos geniais, mas que estavam muito mais preocupados em comer as víceras um do outro do que no título mundial.

O que aconteceu na Ferrari domingo foi uma demonstração clara do que tem sucedido dentro da equipe. Má gestão de pessoas, gente interessada muito mais no Business do que em corridas de carros, muita conversa de imprensa e patrocinadores poderosos. Daí vêm os erros primários, que em um mundo tão duro e competitivo são imperdoáveis. Apontar para os escorregões de Raikkonen e não reconhecer e corrigir os próprios erros é um pecado fatal que poderá custar à equipe de Maranello os títulos de pilotos e construtores de 2008.