segunda-feira, 26 de maio de 2008

GP de Mônaco - O troco de Hamilton


Este 66º Grande Prêmio de Mônaco teve todos os ingredientes para entrar para a história como um dos mais movimentados. Normalmente, estamos acostumados a corridas um tanto quanto previsíveis no Principado, onde quem larga na pole fatalmente ganha. Mas quando o dia amanheceu em Monte Carlo e a suspeita de chuva se confirmou, sabia-se que a mistura pista molhada + falta de controle de tração + ruas apertadas de Mônaco = confusão.

Logo na largada sentia-se um clima de tensão no ar. A pista estava úmida e em alguns pontos até encharcada. Esta seria a primeira corrida com pista molhada na temporada. Entretanto, ainda pairava no ar a dúvida: A chuva iria voltar? A maioria dos pilotos optou por largar com pneus intermediários. Nelsinho Piquet foi o único a escolher pneus de chuva para enfrentar as primeiras voltas na corrida. Na volta de apresentação, Kovalainen ficou no grid e foi apenas o primeiro de uma série de acontecimentos inesperados neste domingo em Mônaco. Vamos aos destaques:
  • Depois do GP da Austrália, este GP de Mônaco foi o mais acidentado. Não foram tantos abandonos, entretanto, ocorreram muitos toques nos guard rails, nos outros pilotos e no que mais houvesse pela frente. Resultado? 4 abandonos por acidentes, vários bicos danificados e um punhado de pneus furados. Os carros sofreram hoje...

  • A largada já dava pistas do que estava por vir. Massa pulou na frente e garantiu a primeira posição seguido por Hamilton. Raikkonen sofria para controlar sua Ferrari na pista enquanto era perseguido de perto por Robert Kubica. Logo em seguida, começaram as trapalhadas, com Rosberg e Glock se estranhando nas primeiras curvas.
  • A partir daí, a prova tornou-se imprevisível. Acidentes, pneus furados por toques no guard rail, escorregadas, saídas de pista e punições. Poucos ficaram imunes a essas coisas;

  • A variação constante de condição de pista também foi outro ingrediente inusitado da corrida. A pista secou gradualmente, mas havia expectativa de chuva, o que manteve pilotos e equipes em alerta. Ninguém queria arriscar uma parada inútil nos boxes;

  • O revezamento de posições chegou até os líderes. Massa perdeu a liderança para Kubica quando escapou na Ste Devote. O polonês por sua vez perdeu a liderança quando foi para a troca de pneus. Hamilton, mesmo com uma troca de pneus a mais, conseguiu manter-se perto dos líderes e após assumir a liderança, não saiu mais de lá;

  • Em muito tempo não se via uma corrida terminar no tempo ao invés do número de voltas. O GP de Mônaco de 2008 foi encerrado com 2 horas de duração, na volta 75.

  • Apesar das trapalhadas, o acidente mais forte foi o de Nico Rosberg, que perdeu o controle da sua Williams e chocou-se violentamente no guard rail dos S da Piscina. Saiu do carro andando, mas devido a violência do choque, foi levado ao hospital para exames mais detalhados.

  • Agora a situação do campeonato enrolou de vez. Hamilton agora é o líder com 38 pontos, 3 à frente de Kimi Raikkonen. Massa segue em 3º e Kubica em 4º. Apenas 6 pontos separam o líder do 4º colocado... Campeonato apertado pela frente.

Pontos positivos:

  • A Corrida: Para quem esperava monotonia, esse GP de Mônaco foi espetacular. Reuniu todos os ingredientes necessários para ser a melhor corrida do ano! Imprevisibilidade, gente lutando até o fim, trapalhadas, ultrapassagens, drama...

  • Barrichello e Vettel: chegaram aos pontos errando pouco e beneficiando-se dos problemas alheios. Souberam aproveitar o ditado que diz que em Mônaco ganha mais quem erra menos. Nessa conta, saem do Principado com 3 e 4 pontos respectivamente.

  • Robert Kubica: na véspera avisou que se chovesse iria dar trabalho, e deu. Massa que o diga. Andou forte e foi o único dos ponteiros que não cometeu erros. Só não venceu porque a McLaren deu o pulo do gato na estratégia de Hamilton. A primeira vitória do polonês voador está a caminho...

  • Adrian Sutil: fazendo uma corrida limpa e sem erros conseguiu miraculosamente arrastar a sua limitada Force India até a quarta posição. Chegou até a marcar melhor volta da prova. Já no finalzinho da prova foi atropelado por Raikkonen e perdeu a grande chance de chegar aos pontos. Quebrou a suspensão traseira e foi chorar amargamente a perda dos pontos. Foi de cortar o coração...

Marretadas:

  • Ferrari: em uma só corrida fez duas bobagens enormes. A primeira foi a de não colocar os pneus no carro do Raikkonen na hora certa. Quando subiu a placa dos 3 minutos, o finlandês ainda estava no macaco e acabou tendo que pagar um drive through. Já Massa foi prejudicado na estratégia. Armaram tudo para o piloto ficar na liderança e esqueceram que em coridas de automóvel, coisas acontecem independentemente dos nossos planos...

  • Kimi Raikkonen: ainda vão descobrir o que acontece com o Kimi em Mônaco. Não se sabe se são as festas nos barcos, ou o excesso de gente ou então as ruas apertadas. O Kimi sempre faz besteira por lá (exceto em 2005). No GP, mal conseguia se segurar na pista. Acabou com um bico e no final perdeu o controle e acabou com o Sutil. Acabou perdendo a linderança do campeonato. Ai meu controle de tração...

  • Fernando Alonso: Foi com muita sede ao pote e acabou causando um engarrafamento na Loews. Colocou pneus para pista seca e quase rodou... Se F1 tivese buzina, o Alonso estaria surdo até hoje!

  • Nelson Piquet: Até que estava indo bem, segurando carro na pista ajudado pelos pneus de chuva. Mas acabou sendo mais uma vítima da Sainte Devote. Ficou por lá mesmo e começa a sentir que sua batata na F1 está queimando... e MUITO!

Prêmio Roda - Bahiana: Timo Glock

Em Mônaco o Glock rodou mais que bahiana na Sapucaí! Rodou, rodou e rodou. A Mangueira já está solicitando a compra de seu passe junto à Toyota para o carnaval do ano que vem. Ele vai ser a Bahiana Mestra da ala das Bahianas. Vai rodar na frente e as outras vão imitando... Já vão ter um 10 garantido!

Prêmio cata-táxi: David Coulthard e Sebastien Bourdais

Assim como o Bahrein, Mônaco não tem grama para tatu fazer buraco. Sabendo disso, David Coulthard resolveu catar um táxi, no ponto de táxi do Cassino. Meteu a cara, arrebentou a suspensão que o pessoal da Red Bull passou a noite inteira fazendo, já que ele tinha feito o mesmo no sábado, na saída da Chincane do Porto. Chamou Bourdais para uma carona e pronto, cataram um táxi! Só valeu pelo show de imagens dos carros sendo içados nas sacadas do Hotel de Paris!

Troféu F1-V8: Lewis Hamilton

Andou bem todo o fim de semana, sempre marcando bons tempos. Após uma largada cosistente, fez a bobagem de ralar no guard rail e acabar com o pneu traseiro direito. Mas conseguiu recuperar-se com uma nova estratégia da McLaren. Andou forte e quando alcançou a liderança, não deu mais espaço para Kubica ou Massa. Saiu de lá com a liderança do campeonato e confirmando a fama da McLaren de devoradora de vitórias em Mônaco. Além disso, conseguiu a tão aclamada vitória no Principado, que deu início às confusões com Alonso em 2007.

Perguntas instigantes:

Até quando Piquet conseguirá segurar sua vaga de titular na Renault?

Mesmo fora da liderança, Raikkonen continua favorito ao título?

sábado, 24 de maio de 2008

Tudo sobre – GP de Mônaco

O circuito

Número de voltas: 78

Extensão do circuito : 3.340 km

Recorde de volta: 1:14.439 - M Schumacher (2004)

Pole em 2007: 1:15.726 - Fernando Alonso

Ste Devote, Beau Rivage, Massenet, Cassino, Mirabeau, Lowes, Portier, Variante do tunnel, chincane do porto, Tabac, S da Piscina, La Rascasse, Anthony Noghès. Este talvez seja o conjunto de curvas mais famosas da F1 e compõem o tradicional circuito de rua de Monte Carlo.Desde 1929, esta prova tem feito heróis e bandidos e cada corrida disputada em Mônaco contribui para contar uma parte da história do automobilismo.

A fama das ruas do Principado não é a toa. Existem detalhes que só se encontram em Mônaco. Como a curva mais lenta da temporada (Lowes – contornada a 47 km/h) e o único lugar onde há um trecho indoor na Formula 1. Além disso, outra particularidade do GP é a do início dos trabalhos na quinta-feira, pois a sexta feira é dedicada às festas e atividades extra-pista. Com os carros correndo no meio da cidade, tendo como referenciais prédios e monumentos, temos uma noção mais verdadeira da velocidade que eles desenvolvem.

Do ponto de vista técnico, a pista é tida como uma das mais desafiadoras. É necessário trabalhar com ajustes de suspensão mais macios, para minimizar os efeitos das ondulações presentes na pista. A aerodinâmica também é um ponto chave no acerto do carro para correr em Mônaco. Esta é a pista que mais demanda downforce na temporada, não para fazer curvas de forma mais veloz, mas sim para melhorar a estabilidade dos carros na frenagem e aceleração. Entretanto, nenhum outro componente mecânico sofre mais que a caixa de câmbio. Nesta prova são realizadas 41 trocas de marcha por volta. Multiplicando esse valor por 78 voltas, teremos então mais de 3100 trocas de marchas por carro.

O circuito de rua do Principado costuma não perdoar erros. O menor deles pode ser fatal. Não existem áreas de escape, apenas os guard rails que praticamente invadem a pista. E é justamente neste ponto que Mônaco é mais imperdoável. Para que se consiga um bom tempo, é necessário explorar ao máximo a pista, chegando a quase tocar os guard rails. Mas os pilotos devem ficar atentos a alguns pontos que reservam surpresas, como a subida da Ste Devote, a primeira curva do circuito, que costuma vitmizar muita gente, especialmente os mais afobados na largada. Outro trecho difícil é a seqüência das lentas curvas Mirabeau e Lowes, que são contornadas com o motor no limite de ser cortado e também podem significar fim de corrida para os que não as fizerem com parcimônia. A chincane do Porto também merece muita atenção, pois muitos pilotos ficam temporariamente “cegos” na saída do túnel, devido à diferença de intensidade de luz. Nestes instantes de cegueira, pode-se perder o ponto certo de frenagem e passar reto, a sorte é que neste ponto o muro fica um pouco distante.

Mônaco já é imperdoável com tempo bom. A combinação pista molhada + carros sem controle de tração pode acabar com a corrida de muita gente...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Senna, 15 anos depois


A última vez que Ayrton Senna venceu nas ruas de Mônaco foi em 23 de maio 1993. E hoje, 15 anos depois, os fãs de automobilismo puderam presenciar novamente o nome SENNA no lugar mais alto do pódio. Bruno Senna, conquistou hoje a sua segunda vitória na GP2, pelas mesmas ruas em que seu tio triunfara 6 vezes na F1.

O piloto brasileiro da iSport largou na primeira fila, ao lado do pole position Pastor Maldonado. Assim que largaram, Bruno manteve boa tração e conseguiu ultrapassar o venezuelano na primeira curva, a temida Sainte Devote. Desde então, o brasileiro imprimiu um ritmo forte à sua corrida, não permitindo erros nem aproximações de outros pilotos. Dessa forma, Senna levou a bandeirada com uma confortável vantagem em relação a Maldonado, segundo colocado.

Com a vitória, muitos lembraram-se dos tempos de Ayrton. As manobras incríveis, as ultrapassagens em uma pista anti-ultrapassagens, a irreverência no pódio. Ayrton Senna dominava as corridas e as atenções quando pilotava em Mônaco e mantém o recorde de vitórias no Principado: 6, com 5 vitórias consecutivas de 1989 a 1993. Fatos difíceis de serem esquecidos por milhares de fãs mundo afora, que hoje, puderam reviver de forma distante, as vitórias do ídolo inesquecível.

Triunfar na pista mais difícil da temporada não é privilégio para qualquer um. É preciso estar com a técnica em dia e ter um carro muito equilibrado para vencer a sinuosa pista de rua. E foi uma técnica apurada aliada a uma agressividade inteligente o que Bruno Senna mostrou na corrida de hoje em Mônaco. E, obviamente, foi muito elogiado por nomes importantes da F1, entre eles Jackie Stewart e o brasileiro Felipe Massa. Além disso esta vitória, na pista mais difícil da temporada, pode abrir muitas portas para Bruno na F1, que vê a possibilidade de realizar o sonho de chegar à categoria principal do automobilismo em 2009.

A carreira de Bruno Senna não foi como a dos outros pilotos que tentam a sorte na GP2. Com o acidente fatal de seu tio em 1994, Bruno, então com 11 anos e iniciando-se no kart, viu-se obrigado a desistir do sonho de ser um piloto. Aos 19 resolveu voltar a correr, entretanto, não conseguia mais adaptar-se aos karts devido sua estatura. Mesmo sem a importante formação de base das técnicas de corrida que são aprendidas no kart, o sobrinho de Ayrton resolveu partir para a Europa, onde fez 2 temporadas na F-3. Em pleno crescimento técnico, foi para a GP2 Européia ano passado, terminando em 8º a sua primeira temporada. Para não desistir do automobilismo Bruno teve que manter a sua evolução corrida a corrida, tendo que aprender do modo mais duro: na prática.

O entusiasmo tomou conta da imprensa internacional, que já começou a eleger Bruno Senna como herdeiro nas pistas do talento do tio. Em breve devem surgir rumores sobre qual cockpit ocupará na F1. Entretanto, esta pressão pode ser nociva para o piloto brasileiro, que ainda tem uma dura temporada pela frente na GP2. Bruno Senna chegará à F1? Vencerá corridas? Será campeão Mundial da principal categoria do automobilismo? Ainda não temos como responder de forma efetiva essas perguntas. E o melhor que podemos fazer, até mesmo pelo Bruno Senna, é não colocar pressão extra sobre ele. O fardo de carregar nossas expectativas frustradas pode ser pesado demais para ele. Por enquanto, vamos aproveitar sua vitória conquistada de forma brilhante e com muito sacrifício. E lembrar que seu principal trunfo já foi conquistado: vencer o medo e a dor de sua família e acelerar um carro de corrida nos principais circuitos do mundo. Parabéns, Bruno!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Domingo, 25 de maio

Este domingo vai ser especial. Teremos duas das três provas que compõem a Tríplice Coroa do Automobilismo: as 500 milhas de Indianápolis e o GP de Mônaco de F1. Para completar a coroa fica faltando apenas as 24 Horas de Le Mans, que serão realizadas em 14 de junho. É automobilismo para fã nenhum botar defeito!
Essas 3 provas não têm fama à toa. Todas são tradicionais, datadas do início do século XX e do advento do automóvel. Foram corridas como estas que fizeram o amor pelos carros e pilotos que desafiavam todos os limites possíveis nascer em muitos corações mundo a fora. Os ingredientes principais? Fama, coragem, arrojo, glamour e dinheiro compõem o tempero principal dessas corridas que fazem história até os dias de hoje.
500 Milhas de Indianápolis
A prova mais tradicional do automobilismo das Américas começou a ser disputada em 1911 no mítico Indianapolis Motor Speedway. A pista, que antes era construída em tijolos e servia para testar os primeiros carros contruídos nos Estados Unidos, abriga hoje a principal etapa do campeonato da IRL americana. No próximo domingo, os 33 carros classificados percorrerão aproximadamente 805 km pelo circuito oval no sentido anti-horário.
Tradicionalmente, a prova é disputada no fim de semana do feriado do Memorial Day e reúne milhares e milhares de fãs, que chegam de todas as partes dos EUA e também do mundo para assisitir à corrida in loco. Para abrigá-los, há uma rede hoteleira pronta para acolher os torcedores em Indianápolis, mas ainda assim, muitos preferem armar suas barracas e estacionar seus Motorhomes na extensa área de camping póxima ao autódromo. A importância das 500 milhas é tão grande, que o mês de Maio é inteiramente dedicado aos treinos classificatórios para a corrida.
Vencer as 500 milhas não é tarefa fácil. Devido a alta velocidade desenvolvida no circuito e a quantidade de carros, além do próprio desenho da pista fazem do menor erro uma passagem só de ida para o encontro com o muro. Além disso, é uma prova imprevisível, com muitas ultrapassagens,bandeiras amarelas e estratégias distintas de reabastecimento. Durante as 200 voltas, tudo pode acontecer.
Desde 1911 a pista do IMS passou por evoluções. Hoje uma asfalto quase que perfeito recobre os tijolos que outrora fizeram a fama de muitos carros e pilotos. O temido muro ganhou uma nova tecnologia, a do soft wall, que amortece os impactos quase sempre muito fortes que ocorrem durante treinos e corridas. A organização e segurança da corrida são impecáveis. Um dos fatos marcantes destas 92 edições da corrida é o do período entre 1950 e 1960 em que os carros da F1 desembarcavam nos EUA para disputar as 500 milhas juntamente com os modelos americanos. A FIA estuda a possibilidade de trazer a F1 de volta às 500 Milhas de Indy, num tira-teima entre F1 e IRL.
Aos que conseguem vencer o desafio de Indianápolis é reservado o prêmio de 1 milhão de dólares, uma garrafa de leite fresco, fama e o direito de escrever o nome entre aqueles que conseguiram ganhar a prova mais famosa do automobilismo mundial.
GP de Mônaco
Para alguns uma verdadeira tortura ver os 20 carros em procissão pelo Principado. Para outros é a jóia mais importante da coroa da F1. O GP de Mônaco está longe de ser uma unanimidade entre os fãs, mas todos devem concordar que esta é, certamente, a corrida mais famosa do calendário da categoria.
Na manhã deste domingo será dada a largada ao 66º Monaco Grand Prix. Os carros da F1 rasgarão as claustrofóbicas ruas do Principado a quase 300 km/h. Com certeza, nem os fãs mais entusiasmados que assistiram ao 1º GP de Mônaco em 1929, poderiam imaginar que os carros de corrida evoluiriam a ponto de alcançar tal velocidade. E um fato curioso: o circuito que recebe a prova pouco mudou nestes 79 anos.
Assim como em Indianápolis, Monte Carlo vira local de perigrinação durante o fim de semana do GP. Todos os minúsculos espaços do segundo menor Estado do planeta ficam ocupados por fãs da velocidade e do glamour da corrida. Além disso, algumas coisas só podem ser vistas em Mônaco, como os incontáveis iates atracados à Marina, que vira uma arquibancada de luxo para endinheirados do mundo inteiro acompanharem a disputa bem de perto.
Assim como em Indianápolis, Mônaco também é imperdoável com os erros. A menor perda de controle do carro, pode levar a uma "bitoca" no guard-rail, que fica quase dentro da pista. Qualquer toque pode ser fatal às suspensão e colocar um ponto final na corrida. Por isso, muitos pensam milhares de vezes antes de arriscar um pouco mais em sua pilotagem. Bom, ultrapassagens? Estas são raríssimas.
No GP de Mônaco os pilotos são alçados à condição de estrelas Hollywoodianas. Estrelas que são fáceis de serem encontradas pelos também apertados paddocks montados pelas escuderias, já que o festival de Cinema de Cannes (na vizinhança de Mônaco) ocorre na mesma época do Grande Prêmio.
O felizardo que faturar a corrida também tem seus luxos. É recepcioando pela família real e recebe o prêmio diretamente das mãos do Príncipe. E muito mais que um simples troféu, o piloto campeão do GP de Mônaco passa a ter o direito de escrever seu nome entre os grandes que venceram os desafios da pista mais difícil e tradicional da F1.
Heróis
Corridas míticas como o GP de Mônaco e as 500 Milhas de Indianápolis precisam de heróis. E aqui estão eles. Na corrida americana, 3 pilotos venceram as 500 em 4 ocasiões: AJ Foyt (1961, 1964, 1967, 1977), Al Unser (1970, 1971, 1978, 1987) e Rick Mears (1979, 1984, 1988, 1991) .
Já o GP de Mônaco tem um rei absoluto. Ayrton Senna da Silva. Vencedor de 6 corridas no Principado, com uma sequência quase que inacreditável de 5 vitórias consecutivas (de 1989 a 1993).
Até hoje, apenas um piloto conseguiu a façanha de vencer as três corridas da Triplice Coroa. Foi o inglês Graham Hill, que venceu o GP de Mônaco de F1 em 1963, a Indy500 em 1966, e as 24 Horas de Le Mans em 1972.

sábado, 17 de maio de 2008

Boatos, boatos, boatos

Em 2008 foram muitos, apesar da temporada ainda estar no início. Alguns absurdos, outros nem tanto, enfim, este ano o pessoal resolveu trabalhar a língua:

1 - Raikkonen irá aposentar-se no fim da temporada 2008.

2 - Vettel irá ocupar o lugar de Massa na Ferrari em 2009.

3 - Patrick irá pilotar na Honda em 2009, no lugar de Barrichello.

4 - Alonso irá para a BMW após o GP da Europa em Valência.

5 - Patrick irá para a Red Bull em 2009, no lugar de Coulthard.

6 - Vettel vai para a Red Bull em 2009, no lugar de Coulthard.

8 - Sato vai para o lugar de Barrichello na Honda ainda em 2008

9 - Sato vai para o lugar de Piquet na Renault ainda em 2008.

10 - Alonso vai para a Ferrari em 2009.

E haja fofoca!!! Vamos ver o que irão inventar daqui pra frente!!

domingo, 11 de maio de 2008

GP da Turquia - O tri de Massa


A Formula 1 montou seu circo na Turquia para realização da 5ª etapa da temporada. Depois do GP da Espanha, já se começava a desenhar um ano sem grandes emoções, com domínio absoluto da Ferrari. Entretanto, uma virada no clima e um rendimento surpresa da McLaren poderiam ameaçar os carros da escuderia italiana e quebrar a sequência de Felipe Massa na pista turca. Vamos aos destaques:
  • Depois de um necroléptico GP da Espanha, a corrida na Turquia foi bem animada. Disputas de posições, ultrapassagens, trocos de ultrapassagens e até uma disputa pela liderança aconteceu. Coisa que não era vista já faz um tempo. A proximidade com que os 3 primeiros colocados cruzaram a linha de largada dão uma noção da movimentação na pista;
  • E a corrida começou movimentada. Logo na largada, Massa e Hamilton, que estavam do lado limpo da pista, conseguiram melhor tração e pularam na frente. Kovalainen e Raikkonen enrolaram-se e tocaram-se de leve na 1ª curva. Kubica, aproveitou a oportunidade e pulou para a terceira colocação. Lá no pelotão da reta-guarda, Fisichella decolou sobre Nakajima e os dois abandonaram a corrida;
  • Hoje, o piloto brasileiro Rubens Barrichello completou o recorde de participações de um piloto em corridas de F1: foram 257 em 16 temporadas na categoria. Uma longevidade que tem que ser comemorada. Considerado como vítma por muita gente, é difícil alguém passar tanto tempo seguido na F1. Nunca foi campeão mas, sinceramente, de bobinho o Barrichello não tem nada;
  • Apesar do dia comemorativo, Barrichello terminou em uma decepcionante 14ª colocação, logo à frente de Nelson Piquet;
  • Além de Massa, Hamilton e Raikkonen, também pontuaram: Kubica, Heidfeld, Alonso, Webber e Rosberg.

Pontos positivos:

  • Brigas: Foi uma corrida bem movimentada na pista. Muita gente ultrapassando e sendo ultrapassada. Merecem destaque os pegas entre Piquet, Button, Kovalainen e Glock. A F1 da galera que está de 10º para lá é outra. Lá ninguém fica com medinho de ousar e geralmente o pessoal faz muitas ultrapassagens. Pena que a TV não dê tanto destaque ao pelotão intermediário;
  • Heikki Kovalainen: depois do acidente feio na Espanha, voltou apresentando-se muito bem. Fez bons tempos na sexta, conquistou a segunda posição no grid no sábado e só não fez boa corrida porque no toque com Raikkonen na largada acabou com um pneu furado. Mesmo assim, fez uma corrida bonita, ultrapassando, errando, tentando novamente, sem medo de ser feliz;

  • Felipe Massa: provou ter o circuito de Istambul na palma da mão. Assim como Sakhir, sabe tudo o que tem que fazer para conseguir os melhores tempos e vitórias incontestáveis. Hoje, conseguiu segurar uma Ferrari desequilibrada com pneus frios e garantir a liderança mesmo após ser ultrapassado por Hamilton. Entretanto, ainda falta a Felipe a superação em pistas nas quais ele e sua Ferari não têm o domínio absoluto.

Marretadas

  • Who let the dogs out: Na F1 nada ocorreu, entretanto na prova de hoje da GP2, prévia da F1, 2 cachorros invadiram a pista. Um deles acabou sendo atropelado por Bruno Senna. O episódio foi uma reprise do que ocorreu no treino livre do sábado, o que forçou uma interrupção na seção. Animais na pista é um perigo muito grande. Os autódromos têm que ser inspecionados para verificar se os bichinhos estão morando no autódromo, ou se há algum buraco em algum canto que permita a sua passagem. Um impacto de um animal com a cabeça do piloto em alta velocidade pode levar (os dois) à morte. É inconcebível que isto ocorra na F1;
  • Dessa vez não foi o Coulthard, mas ainda houve confusão na pista. A decolagem de Fisichella sobre a Williams de Nakajima foi muito perigosa. O italiano culpa Bourdais da Toro Rosso pela confusão. O francês por sua vez, diz que não tem nada a ver com isso;
  • A Renault continua devendo um carro no mínimo decente para Alonso. Vai saber o que o espanhol teve que fazer para descolar a 6ª colocação de hoje?
  • Os termos técnicos de engenharia continuam sendo usados largamente e sem critério por narradores e comentaristas na TV. E muitas vezes falam bobagem. Ou sentam e consultam o google, ou então chamem alguém da área técnica para esclarecer certos assuntos na transmissão.

Prêmios Cata-tatu e roda-bahiana: Bridgestone

Hoje não dá para culpar ninguém por lambanças na pista. Mesmo porque com o sapato errado, quem é que consegue dançar direito? E foi o que aconteceu na Bridgestone. Esqueceram de estudar a meteorologia e mandaram pneus inadequados para as condições de pista em Istambul. Esperavam um calor de rachar e fez um friozinho chato. Com isso, vimos muitos carros perderem o rendimento de forma assustadora. A Ferrari estava irreconhecível, mesmo com pneus macios, e muita gente não conseguiu andar direito com os compostos intermediários. Os pneus simplesmente não aqueciam. Se tivesse chovido, o vexame da Bridgestone poderia ter sido bem maior!

Troféu F!-v8: Lewis Hamilton

Foi difícil decidir entre Hamilton e Massa. Mas para dar destaque ao rendimento da McLaren, resolvemos indicar HAmilton para o F1-V8. Fez ótima largada, conseguiu manter-se próximo de Massa e ainda chegou a ocupar a liderança com uma ultrapassagem na pista. A estratégia da McLAren para chegar na frente foi manter Hamilton relativamente leve durante a corrida inteira, fazendo 3 pit-stops. Dessa forma, o piloto inglês divide a vice-liderança do mundial com Massa, 7 pontos atrás de Raikkonen e começa a desfazer a má impressão das lambanças no Bahrein.

Coisas do coração de mãe: Ano passado, durante as confusões na McLaren, todos tomaram partido ou de Alonso ou de Hamilton. Mas só um coração de mãe poderia ser capaz de torcer para os dois. É o caso da nossa Mamãe, que torce para os dois inimigos até hoje! Mamãe, nós te amamos muuuuuitoooo!! Feliz Dia!!

Perguntas instigantes: A McLaren realmente está em processo de recuperação? Ou a apresentação na Turquia foi só fogo de palha?

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tudo sobre - GP da Turquia


O circuito
Nome: Istambul Park
Extensão: 5.338 km
Número de voltas: 58
Recorde: 1:24.770 - JP Montoya (2005)
Pole em 2007: 1:27.329 - F.Massa

Nesta quinta etapa do mundial a Fórmula 1 desmbarca na Turquia, mais precisamente na cidade de Istambul. É lá, nas proximidades do importantíssimo Estreito de Bósforo, que está localizado o circuito de Istambul Park, o autódromo caçula entre os que sediam corridas da F1.

A pista, projetada pelo arquiteto alemão Hermann Tilke é considerada por Bernie Ecclestone "a melhor pista do mundo". Afinal ele é o dono do circuito... Mas existem motivos para que a pista esteja entre as melhores. Áreas VIP luxuosas, facilidades e mais facilidades além de um traçado desafiador.

O circuito de Istambul Park tem características marcantes. Além de Interlagos, esta é a única pista do calendário em que se corre no sentido anti-horário. Isso significa a exigência de adaptabilidade ao circuito pois a maioria das curvas são tomadas à esquerda e além disso, uma atenção redobrada aos pescoços dos pilotos, acostumados com circuitos no sentido horário. O traçado cheio de subidas e descidas, curvas sinuosas e desafiadores oferece grandes chances de ultrapassagens. Do ponto de vista mecânico, o sistema de suspensão é o mais exigido, pois a pista tem zebras altas que podem prejudicar o equilíbrio do carro se não tiver sido encontrado o ponto ideal de rigidez da suspensão.

Istambul Park tem uma das curvas mais desafiadoras dos circuitos nesta temporada. É a famosa curva 8, tomada à esquerda, em uma descida e é feita em 6ª marcha a 262 km/h. Tem quatro pernas e durante seu traçado, os pilotos sofrem uma força equivalente que se aproxima a 5g. Outro ponto crítico é a curva 1, logo após a reta. Como é veloz e tomada em descida, pode enrolar muita gente na largada.