segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O futuro chegou!


Sebastian Vettel, alemão 23 anos de idade. Piloto de Fórmula 1. Nascido em Hoppenheim a 3 de julho de 1987. Ele era o futuro da Fórmula 1. ERA o futuro porque ontem em Abu Dhabi virou o PRESENTE tornando-se o campeão de 2010.
Este ano ele foi sem dúvida o piloto mais veloz do grid. Abocanhou 10 pole positions entre as 19 disputadas. Conquistou 5 vitórias. Mas ainda assim não havia conseguido a liderança do campeonato até o final da 55ª volta do GP disputado no Yas Marina. Na temporada, muitos altos e baixos, momentos brilhantes seguidos por trapalhadas catastróficas, como aquela em que ele se enroscou com Mark Webber e minou as chances de vitória da Red Bull no GP daTurquia. Burro? Trapalhão?  Roda presa? Ansioso? Sim, talvez todos esses adjetivos tenham sido adequados para classificar Vettel neste episódio e também em outros, como em Spa Francorchamps, quando tirou Button da corrida.
Mas outros adjetivos também cabem a Vettel. O Vettel arrojado, da pole position na Coréia. O Vettel preciso, do GP do Brasil. O Vettel corajoso, que enfrentou a má fase e não tremeu nas bases quando chegou para disputar com Fernando Alonso (um tanque de guerra emocional e de habilidade) o título na última corrida.
Sinceramente, eu já achava Vettel carta fora do baralho. Na minha sincera opinião, Alonso não deixaria esse tricampeonato escapar de jeito nenhum. Afinal, quando Fernando quer, ele consegue. Mas isso prova que a F1 apesar de um tanto surpreendente, ainda tem suas constantes. Alguém aí lembra-se de 2007? Alonso e Hamilton tinham os melhores carros nas mãos. Disputaram corrida a corrida a temporada inteira. Mas desde o GP de Spa Francorchamps um discreto Raikkonen começava a responder com vitórias e ofuscava a briga da McLaren. Entretanto, muitos já julgavam tarde demais para a recuperação de Raikkonen. O finlandês chegou à última corrida em Interlagos como azarão, em 3º lugar. Só um milagre poderia dar o título ao piloto da Ferrari. E operou-se o milagre! Com uma estratégia impecável da Ferrari, Raikkonen, que não sofria a pressão dos líderes, sagrou-se campeão.
O mesmo aconteceu com Vettel. Apesar de estar mais envolvido nos boatos e burburinhos que Raikkonen em 2007, o título do alemão parecia improvável. A disputa estava entre Alonso e Webber. E deu no que deu. Vettel fez a pole, o erro de estratégia da Ferrari e a falta de combatividade de Webber aliado à atuação impecável do alemão garantiram ao piloto da Red Bull a taça de 2010 e de quebra o recorde de piloto mais jovem a conquistar um campeonato de F1.
Venceu com certeza o melhor carro. O RB06 criado por Adrian Neway é uma obra de arte da engenharia. Carro bom, na mão do piloto, fácil de acertar. Um luxo só. Esse carro merecia ser campeão, independente de quem o pilotasse. Venceu também a "esportividade" da Red Bull que achou no jogo de equipe da Ferrari um nicho importante para atingir seu adversário. Vettel era claramente beneficiado pelas atualizações do modelo da Red Bull. Mas na pista o negócio correu à solta e Vettel e Webber foram liberados a fazer o que quisessem na pista. Inclusive se atingirem. Arriscado mas muito mais emocionante. Muito melhor de assistir. E eu sou torcedora, pouco me importa se os patrocinadores vão achar ruim ver seus dois carros se acertando nas chincanes dos circuitos por aí. Fosse o jogo de equipe, talvez a Red Bull já tivesse sido campeã antecipadamente e teríamos um campeonato muito chato. Se a RBR tivesse sucumbido à tentação da vitória fácil, Vettel teria sido obrigado a ajudar Webber e não seria o campeão. Palmas para a atitude da diretoria da Red Bull.
E agora? Resta a Vettel  comemorar sua grande conquista. Depois de um ano enfrentando uma luta mental duríssma com o companheiro de equipe, Vettel deve descansar. Mas não pode dormir no ponto se quiser ser multicampeão. Precisa tratar sua ansiedade. Os erros cometidos foram atribuídos equivocadamente à sua imaturidade. Porém é preciso assumir que Sebastian é uma pessoa ansiosa em pista principalmente em situações desfavoráveis. Quando larga na pole e corre sozinho, tudo acontece na maior tranquilidade. Mas quando tem que ultrapassar, disputar posição... o caldo entorna para o lado dele.
Mas por enquanto é hora de comemorar, a F1 tem um novíssimo campeão. Vamos aproveitar o final deste campeonato totalmente imprevisível e começar os palpites para 2011. Como vai ser a adaptação dos carros aos pneus Pirelli? Qual equipe conseguirá os melhores acertos com os novos pneus? Como vai ser a dança dos pilotos nas equipes? Como vai se comportar o agora campeão Vettel na próxima temporada? Fernando Alonso vai voltar mordido e com sede de vitória (e vingança)? Preocupações totalmente pertinentes, afinal, o futuro já chegou!
É, o mundo é bão, Sebastião!

Um comentário:

Ron Groo disse...

Também estou feliz com a vitória de Vettel, fico feliz em ver uma nova estrela se firmar, sentimento que não tive ano passado.
Mas não estou otimista quanto a mudança de postura da categoria quanto ao jogo de equipe, quem faz, voltará a fazer e quem não faz, corre o risco de uma hora ou outra, precisar fazer.

Mas por enquanto vamos curtindo a chegada ao time dos grandes da Red Bull cantando uma velha canção dos Novos Baianos chamada "Colégio de aplicação" : No céu azul, azul fumaça uma nova raça... Saindo dos prédios para as praças uma nova raça.