quarta-feira, 16 de julho de 2008

Avaliação: Meia temporada

Com o GP da Inglaterra chegamos à metade da temporada 2008 de Fórmula 1. Nove corridas se foram, outras nove estão por vir. E este é o momento propício para fazermos uma análise de como está indo este ano de F1. Durante a pré-temporada, tínhamos algumas suspeitas de como seria o campeonato. Algumas se confirmaram, outras não.

Na Austrália, a primeira corrida do ano, poucos esperavam um 2008 tão movimentado e cheio de surpresas. O 1º GP pareceu uma aberração, com muitas vítimas do recém proibido controle de tração. A grande expectativa era a de que os pilotos da Ferrari e Hamilton duelassem pelas vitórias em provas marcadas até mesmo por uma certa monotonia. Mas esta foi palavra rara em 2008. Salvo algumas excessões, as corridas têm sido bem movimentadas e percebemos que o número de ultrapassagens aumentou consideravelmente. Notamos também, que novos nomes surgiram entre os frequentadores das primeiras filas e pódios. Aliado a todos esses fatores, um certo componente tem desempenhado papel importante neste ano: o IMPREVISTO.

Erros primários de ponteiros, equívocos bizarros de equipes consagradas, chuvas repentinas, pistas sem pavimentação, problemas mecânicos de última hora. Todos esses temperos estiveram presentes nas 9 primeiras corridas de 2008. Foram tantos imprevistos que é até engraçado lembrar de campeonatos anteriores, nos tempos áureos de Schumacher e Ferrari, quando tudo dava tão certo que nem chuva caía. Só este ano, esta amiguinha compareceu 2 vezes durante as corridas, pronta para protagonizar o espetáculo. Resultado de todo este imprevisto? Quatro pilotos já se revezaram na liderança e agora, chegamos a um empate triplo entre Massa, Hamilton e Raikkonen, com Kubica a apenas 2 pontos do topo da tabela.

Além disso, temos que destacar o fato de que a F1 e seu público em geral começam a "desapregar" os olhos dos ponteiros e observar os pilotos dos pelotões intermediários e da reta-guarda. E ali, descobrimos uma F1 cheia de ultrapassagens e disputas na pista, pilotos talentosos e até mesmo um bi-campeão do mundo que luta contra sua Renault de personalidade fraca. Vemos as câmeras destacarem mais esses pilotos durante as transmissões apesar de que, muitas vezes, essas lutas não valem sequer um pontinho...

Algumas novidades também chegaram para ajudar neste cenário competitivo da F1 2008. O banimento do controle de tração e a uniformização do sistema de gerenciamento eletrônico dos carros fez com que o fator "piloto" desempenhasse papel mais importante e decisivo em corridas e tomadas de tempo. Claro, que os pilotos vão jurar de pé junto que não faz a mínima diferença pilotar um carro com ou sem controle de tração, mas agora as decisões tomadas em cada manobra e no contorno de cada curva são mais importantes. Qualquer erro pode ser fatal e as consequências vão desde a perda de um milésimo de segundo até uma saída de pista que pode custar o trabalho de um fim de semana inteiro. Com isso, pôde-se verificar que alguns talentos, antes intocáveis, também podem ser contestados e que arrojo desacompanhado de prudência não vence corrida.

Comparando temporadas, 2008, na nossa sincera opinião, está ainda mais emocionante que 2007. Claro que sem toda aquela tensão gerada pela briga Alonso - Hamilton e o escândalo de espionagem encabeçado pela McLaren. Tirando as revelações das fantasias sexuais para lá de bizarras de Max Mosley e a falência da Super Aguri, a vida nos paddocks está bem mais tranquila. A disputa tem se revelado grande mesmo nas pistas. Os nomes de Kovalainen e Kubica apareceram como donos de pole positions e o polonês também marcou presença entre os vencedores e líderes do campeonato. A Ferrari e seus pilotos alternaram grandes atuações com corridas de desempenho pífio e por isso não conseguiram descolar na tabela do campeonato. A mesma irregularidade é percebida no desempenho de Lewis Hamilton. Quando todos esperavam que a temporada estaria nas mãos de McLaren e Ferrari, eis que surge uma BMW forte, competitiva, com uma dupla de pilotos equilibrada e que vem surpreendendo assumindo a vice-liderança do campeonato de construtores. Não podemos deixar de destacar os visitantes de luxo dos pódios, Barrichello, Trulli e Coulthard, que tem demonstrado que a experiência ainda conta muito.
Esperamos que a disputa continue apertada durante as próximas corridas. E que muitas emoções ainda estejam por vir! Ah, e é claro, que tenhamos um grande espetáculo em Interlagos em 2 de novembro!


Perguntas instigantes (versão meia temporada):

Kubica voltará a vencer?

Até quando a paciência de Alonso aguentará a falta de resultado da Renault?

Como estaria a tabela do Mundial de pilotos se Alonso tivesse permanecido na McLaren? (a custa de muita maracujina)

A Ferrari irá favorecer algum de seus pilotos antes do fim da temporada?

Heidfeld e Kovalainen vencerão corridas este ano?
O campeonato será decidido no Brasil?


5 comentários:

Unknown disse...

Obrigado por ter se lembrado de Kubica, na maioria dos post, o povo esquece que na pratica ele também poderia liderar depois desta corrida. Kubica, sim, volta a vencer. Não tenho dúvida.

Sinto muito discordar, mais acho que o pessoal, pelo menos nos blogs, não esta tomando a devida atenção ao pelotão médio. A luta ali esta ate mais interesante, com a RBR e a Toyota evoluindo muito, e Alonso querendo sair dessa pra entrar na briga com os grandes.

ate logo

GiglioF1 disse...

Meninas,

Reflexao valida!!
Concordo que 2008 bate 2007...e de lavada!
2° pelotao espetacular, e na verdade as vezes beliscando resultados incríveis!!!
Somente Nostragiglius poderá responder as suas perguntas, mas veremos!!!
Abraco!!

Anônimo disse...

Suas considerações sobre a meia temporada são todas excelentes e verdadeiras. Concordo PLENAMENTE, há tempos um campeonato não era tão emocionante e tão cheio de IMPREVISTOS, que alías fazem parte de corrida de automoveis desde sempre.
Respondendo.
Kubica voltará a vencer?
Em condições normais, não!
Até quando a paciência de Alonso aguentará a falta de resultado da Renault?
Até o fim do ano.
Como estaria a tabela do Mundial de pilotos se Alonso tivesse permanecido na McLaren? (a custa de muita maracujina)
com um empate quadruplo
A Ferrari irá favorecer algum de seus pilotos antes do fim da temporada?
Depende da quantidade de erros
Heidfeld e Kovalainen vencerão corridas este ano?
NÃO
O campeonato será decidido no Brasil?
Ao que tudo indica, sim!
ABRAÇO!

Grid GP disse...

Bela reflexão sobre o meio do campeonato! Os fatores expostos são realmente o que vemos nas pistas e que deixam a Fórmula 1 empolgante como está.

Eu só gostaria que a F1 premiasse melhor, em termos de pontos, o vencedor de uma corrida. Acho que isso teria efeitos práticos na qualidade das corridas.

No esquema de pontuação antigo (10-6-4-3-2-1), o campeonato estaria assim:

Hamilton e Massa: 42
Kimi: 41
Kubica: 34

Sem dúvida nenhuma, sensacional da mesma maneira, e um pouco mais justo!

Parabéns pelo blog! Apareça na Grid GP.

Abraços. Fábio

Marcos Antonio disse...

Campeonato está muito equilibrado e quem for mais regular,leva o título.E quem está sendo mais regular é o Kubica,a pergunta é se ele vai conseguir manter sua regularidade,assim como a Ferrari vai continuar a manter sua regularidade de besteiras...

abraços add o blgo de vcs nos favoritos.

abraços!